terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Olivia IPAlito

Acredita-se que a Suméria foi a civilização que inventou a cerveja, há 4 mil anos atrás! E com essa inspiração, a cervejaria Suméria foi criada em Dezembro de 2013, com o intuito de honrar as origens em Santo André, São Paulo.

É dessa cervejaria que vem a Olivia IPAlito, estrela desse post.


No copo, ela tem cor ambar claro, com espuma de fácil formação e bem densa. No nariz, tem aroma de malte, com fundo doce e bem reconfortante. Há um pequeno floral bem fresco no aroma.

O sabor tem castanhas, de amargor leve e média carbonetação. Não tem alcool residual (5,4%) e tem alto dinkability.

É ideal para que não está acostumado com cervejas mais potentes, e quer começar a experimentar. Para quem já é acostumado, o alto drinkability faz com que se possa beber várias sem enjoar ou empapuçar.

Quanto ao custo benefício, foi presente da minha linda... então ele é infinito! Hehehe!

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 3
Custo-Benefício: N/A

domingo, 7 de dezembro de 2014

Hoegaarden Grand Cru

A cerveja Hoegaarden WitBier já em bem conhecida dos Brasileiros - é relativamente fácil de se encontrar nos super-mercados e não custa muito caro (sendo seu custo-benefício altíssimo).

Cervejas Witbier são ótimas para serem consumidas no Brasil - a receita meio trigo meio cevada, e a adição de raspas de laranja a tornam super refrescantes e com drinkability somente limitado pelo fígado de cada um!

Da mesma cervejaria, vamos falar hoje da irmã mais forte (e bem mais cara) da Hoegaardem Witbier - a Grand Cru. E ela é ESPETACULAR!
De denominação Belgian Strong Gold Ale, ela tem a mema receita base da Witbier, com laranja Curaçao e coentro. Mas é mais doce e poderosa e tem ainda cravos-da-índia e outras especiarias na receita.

No copo, a cor é amarelo cobre, não filtrada. A espuma é pouco densa e de pouca persistência.

O aroma é de malte com bem pouco lúpulo. É o aroma típico das cervejas belgas da Abbadia, com um fundo de queijo (proveniente da levedura). Tem no final um leve amargor e notas levemente cítricas (provenientes da receita base igual à Witbier).

O sabor é doce, com um pequeno amargor no final, com uma pequena picância. A carbonetação é pequena, mas ela ainda é bem refrescantes, porém com um sabor mais forte.

Como disse, é uma cerveja excepcional. Para tomar no verão e alternar com a Witbier. É super equilibrada (entre o doce, o amargo e o azedo). Uma Golden Ale belga com algo a mais.

Quanto ao custo-benefício, ele é médio-alto - a long neck custa em média R$ 20,00. Mas o preço vale o sabor!

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 4
Custo-benefício: 4

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Burn, Baby... Burn!

O cenário cervejeiro Brasileiro está realmente ficando sério! Eu fico muito feliz com isso... apesar de nossa marca-registrada no mundo ser o "mais ou menos", estamos criando rótulos que permite a mesma (e as vezes até melhor) experiência das cervejas importadas.

O rótulo desse post é um exemplo desse desejo de não fazer "mais ou menos", uma Smoked Porter da Mistura Clássica chamada "Burn, Baby... Burn!"

Edição limitada, é uma colaboração entre os cervejeiros Eduarda Dardeu e Ricardo Rosa e a Cervejaria Mistura Clássica. A intenção era criar algo entre uma Brow Porter e uma Rauchbier. E a cerveja vem em uma caixinha de papelão, que valoriza do produto e dar um ar mais moderno.

No copo, ela tem cor bem escura, com fundo amarronzado. Como uma boa porter, a espuma é de difícil formação e pouco persistente.

O aroma é suave, com o "defumado" ao fundo. Antes de beber, fiquei um pouco apreensivo, pois não sou muito chegado em Rauchbier (acho muito forte). Mas o trabalho foi feito com uma delicadeza tal que você sente o defumado lá, mas ele não fica sobressalente a outros aromas (como o de malte). Ela quase não tem aroma de lúpulo, mas isso é comum entre as Porter.

Na boca, o líquido é aveludado e de média densidade. O sabor é uma junção do malte negro das Porter, com o complemento do defumado da Rauchbier - e é extremamente equilibrado! O lúpulo é tímido (apenas para cumprir o seu papel primário) e quase não há residual doce. A carbonetação é na medida. Tudo isso somado, geram um drinkability diferenciadamente alto.

No geral, é uma cerveja delicadamente equilibrada. Uma obra de arte negra e poderosa, mas sem ser exagerada. Por isso, recomendo fortemente para os experienciados. Para os novatos, calma! Ela pode estranhar um pouco!

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 5
Custo Benefício: N/A (presente)

domingo, 30 de novembro de 2014

Bodebrown Session Abbey

O cervejaria Bodebrown realmente gosta de surpreender! Sua ação no mundo cervejeiro sempre tem muita criatividade (seja misturando receitas, seja usando ingredientes puramente brasileiros). Para marcar ainda mais essa atitude, eles criaram uma "Cerveja Manifesto":


1 - Essa cerveja é o resultado da nossa luta em quebrar o PARADIGMA;
2 - A coragem, a audácia e a rebelião são elementos essenciais da nossa revolução;
3 - Juntos, trabalhamos com ardor, alegria e liberalidade, para aumentar o entusiástico fervor de todos os também apaixonados pela nossa arte;
4 - Respeitamos o passado, mas não há motivos para olhar para trás se quisermos arrombar a barreira do antes impossível;
5 - Venham todos aqueles que desejam o progresso. Levantem seus copos, Cervejeiros do Mundo!

A cerveja-manifesto é uma Session, um tipo de cerveja que não tem mais que 5% de álcool geralmente balanceada (entre o malte e o lúpulo) e final "limpo". Em alguns sites, eu encontrei essa cerveja descrita como uma Dubbel... mas está longe disso!

No copo, espuma de fácil formação de baixa pertinência, pouco densa. A cor é âmbar escuro, puxado para o vermelho,

O aroma é de malte inglês, com notas abiscoitadas. Bem pouco lupulada, com um finalzinho doce. Bem suave. O sabor é suave também: uma mistura de Ales belgas (com aquele gosto residual da levedura), mas bem menos doce (não, definitivamente não é uma Dubbel). Na verdade, a cerveja é estupendamente equilibrada; com um retrogosto bem suave, e média carbonetação.

O dinkability é imenso... dá para ficar tomando várias sem enjoar. O sabor residual do álcool é inexistente, por ser uma cerveja bem fraca (3,8%).

No geral, ela é excelente para o verão, mas sem perder a personalidade. Tudo á ver com o manifesto... mas acho que não chega a quebrar paradigmas! Isso não quer dizer que a Bodebrown não deva ser considerada hoje uma das melhores cervejarias nacionais! Quanto ao custo benefício, considero "médio-baixo", pois paguei R$19 em uma long neck.

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 3
Custo-Benefício: 3

OBS: foto retirada do site BeerIndex

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Brew Dog Hops Battle: Goldings x El Dorado x Dana x Waimea

Desde o estabelecimento da Escola Americana de se fazer cerveja, o lúpulo (um dos 4 "obrigatórios"* ingredientes da cerveja) tem se tornado um protagonista, e muito tem se testado nesse terreno.

Normalmente mais de um lúpulo é utilizado para se fazer uma cerveja. Geralmente um tipo é colocado para dar o "amargor" da cerveja, e outro é colocado para dar o aroma. E eles são dicionados em momentos diferentes da fabricação. Há também os tipos de cerveja Dry Hopping, em que uma quantidade de lúpulo é adicionado quando a cerveja já está pronta (para se ter mais aroma e um pouco mais de amargor).

Porém, o post de hoje é sobre uma técnica que tem começado a ficar mais famosa depois da Escola Americana: o Single Hopping (que como diz o nome, é o uso de apenas um lúpulo durante a fabricação de toda a cerveja). Apesar de alguns cervejeiros criticarem o método, ele tem mostrado alguns resultados interessantes, bem como ajudado a entender o que um lúpulo pode fazer "solo" para a cerveja.

Vamos comparar aqui 4 tipos de lúpulo que foram usados pela fantástica cervejaria britânica Brew Dog, com a mesma cerveja base. E é impressionante o quanto a mesma receita base muda só com a adição de lúpulos diferentes (mesmo sendo eles os únicos ao longo de todo o processo).

O tipo Golding é talvez o mais antigo dos quatro. Ele tem origem inglesa (em 1790) e é muito utilizado nos estados unidos. Tendem a ter um aroma doce e redondo; bem tradicional. Na receita da BrewDog, tem aroma realmente doce e caramelizado - bem inglês. Tem um fundo levemente amargo, e um estupendo dinkability.

O tipo El Dorado é bem recente, criado pelas fazendas CLS e lançado em 2010. Com bastante ácido alpha, tende a ter aromas de frutas tropicais. Na receita da BrewDog, e em comparação com os outros, foi o mais fraco, com floral cítrico. É levemente amargo e também com alto drinkability.

O tipo Dana tem origem na Eslovênia e tem aromas de lima, pinho e bastante floral. Na receita da BrewDog, também é suave, com fundo de lavanda. Foi o mais refrescante e o mais interessante (o aroma realmente é muito diferente). Só não foi meu preferido pois o fim da cerveja (after taste) ficou parecido com uma cerveja Pilsen.

O tipo Waimea tem origem Neo-Zelandesa e foi criado em 2012. É um lúpulo simples, com cheiro de malte e bem inglêss (apesar da origem).

Em minha opinião, o vencedor foi o Golding (mas talvez porque eu sou fã de cervejas britânicas tradicionais), mas a vitória foi acirrada,

*OBS: antes do lúpulo ser descoberto, uma mistura de ervas chamada Gruit era usada para dar aroma e amargor. Há hoje algumas cervejas que mantem a tradição, com a fantástica Maria Degolada.

domingo, 14 de setembro de 2014

Birra del Borgo Reale

Sou meio reticente com relação à cervejas de países sem tradição cervejeira, e principalmente com forte tradição em outras bebidas.

Porém, o que o Brasil tem feito nos últimos 5 anos, com tantas micro-cervejarias esplêndidas, é de abrir nossa cabeça!

Por isso, o post de hoje é sobre uma cerveja Italiana, da cervejaria Birra del Borgo. Fundada por Leonardo Di Vincenzo em 2005 na vila de Borgorose.

A ideia por trás da ReAle (primeira receita a ser feita pela cervejaria) era fazer uma Pale Ale seguindo a escola Americana. Tem bastante aroma e lúpulo, e amargor acentuado porém refrescante. Para isso, o lúpulo Cascade (comum nas cervejas americanas) foi escalado. O fato interessante dessa cerveja é que houve uma tentativa de se somar a tradição Inglesa e a Americana,


No copo, a cor é âmbar-escuro, meio turvo. A espuma é de fácil formação e média persistência. O líquido é de densidade média, contendo aquele aveludado característico que acaricia a boca durante a degustação.

O aroma floral do Cascade é bem equilibrado (um pouco mais forte do que o normal, mas nem tanto para enjoar). Maracujá, manjericão mas com fundo doce (devido ao malte), que chama doces em compota. É aqui que a tentativa de servir a dois mestres aparece... A quantidade lúpulo está na medida e deixa o aroma bem refrescante.

Sabor com amargor bem equilibrado, o suficiente para deixar o aftertaste seco e agradável porém não vazio. Vai ficando mais interessante conforme a cerveja esquenta. A carbonetação média e é alto o drinkability. Não há sabor de álcool residual (6,7%).

No geral, é uma cerveja muito boa! Quanto ao custo-benefício, paguei R$ 18 pela long-neck, o que acho um pouco baixo (ela vale menos que isso, mas não muito menos...).

Quando você for à Itália, já sabe o que pedir para beber para harmonizar com um belo pedaço de parmesão !

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: 3

domingo, 7 de setembro de 2014

Klok Dubbel

A escola norte-americana está fazendo tanto sucesso que até cervejarias do velho mundo estão tentando experimentar esse jeito novo de fazer cervejas - adicionando bastante lúpulo.

Esse é o caso da cervejaria Boelens, baseada na vila de Belsele, na região Waasland da bélgica. Sobrevivendo à segunda guerra mundial (quando a cervejaria foi destruída pelos Alemães), fabrica cervejas desde 1800, no lado oeste do rio Scheld.

A cervejaria hoje faz apenas dois rótulos, um dos quais é assunto desse post - a Dubbel.

No copo, ela tem uma cor marrom escuro, com espuma de fácil formação.

O aroma é levemente azedo, com um floral muito forte. Há notas de limão da Pérsia que deixam o aroma bem rico e divertido. É realmente muito bom!

O sabor é de cerveja de abadia, característica marcante da maioria das cervejas belgas, porém é bem mais lupulada do que as cervejas tradicionais. Assim, ela consegue um equilíbrio interessante entre o doce e o amargo, sem perder a personalidade, mas trazendo características mais marcantes.

A carbonetação é muito boa também e a cerveja é fermentada na garrafa. Apesar do índice de álcool elevado (8,5%), não é possível se sentir no sabor. O custo benefício é médio-alto, uma vez que paguei R$ 18,00 na long neck.

Recomendado!

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 4
Custo/Benefício: 3


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Flying Monkey Hoptical Illusion Almost Pale Ale

Aaaaahhh, a Psicodelia!

Já falamos da Flying Monkey em outro post. Nessa vamos continuar com outra criação maluca desses caras que acreditam que o "normal é o estranho"!

Segundo eles mesmo, a Hopical Illusion é a cerveja que os lembra do porque eles começaram a fazer cervejas e abriram a cervejaria. O Almost do título vem de uma menor adição (mas só um pouco) de lúpulo, o que diminui o IBU de 25 (característico das Pale Ale) para 18. Ainda sim há 3 tipos diferentes de lúpulo na fabricação (Centennial, Amarillo e Cascade) e mais 2 no dry-hoppin (Amarillo e Cascade).

Com isso, no copo a cor é vermelho rubro, bem fosco. Ela faz pouca espuma, mas de boa densidade.

O líquido é denso, bem suave. O sabor é levemente amargo, bem refrescante, com alto drinkability. O retro-gosto é suave também. Não há sabor de álcool residual (5%).

Quanto ao custo benefício, paguei R$ 18,00 a long neck, então considero médio/baixo.

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 3
Custo Benefício: 2


sábado, 30 de agosto de 2014

Bodebrown Rye Pale Ale

Brasileiros estão realmente surpreendendo no mundo cervejeiro!

Parece que encontramos afinal um meio em que a nossa ginga, esperteza e espiritualidade nós trás mais ganhos do que perdas. E a cervejaria Bodebrown, criada por Samuel Cavalcanti, é talvez o melhor expoente da criatividade brasileira nesse ramo.

Todas as cervejas que eles fazem são inusitadas! Todas são especiais no que tange o modo de pensar e transformar a concepção em realidade! Assim eles tentam quebrar os paradigmas do mundo cervejeiro, desafiando as receitas sagradas e por enquanto, saindo vitoriosos sempre.

Por isso, vamos dedicar quatro posts a cervejas feitas por eles. Esse é o primeiro, e fala da Rye Pale Ale. Teremos também uma Witbier, uma Session Abbey e uma fantástica Tripel. Todos os rótulos aqui foram produzidos para o Have a Nive Beer. Contudo, mesmo que você não encontre exatamente esses rótulos para vender, qualquer outro disponível vai proporcionar uma ótima experiência.

Sobre a Rye Pale Ale, a intenção era fazer uma releitura norte-americana da Pale Ale Inglesa. Por isso, eles adicionaram malte de centeio à receita e também um trio de lúpulo (Nelson Sauvin, Galaxy e Centennial) para proporcionar uma personalidade mais frutada e cheirosa.



No copo, a espuma é de fácil formação, cremosa e densa. A cor é âmbar, um pouco turva, com cara de não filtrada.

O aroma é levemente doce, com maltes e um pouco de lúpulo. No finalzinho, é possível sentir um abiscoitado tímido, proveniente do malte de centeio. Interessante equilíbrio, pois quando geralmente se faz cerveja seguindo a escola norte-americana, capricha-se no lúpulo, para que a cerveja fiquei com um aroma bem acentuado.

O líquido tem densidade média, com amargor bem equilibrado, seco e after taste amargo, com um floral delicado. De novo, o equilíbrio reina soberano aqui, o que garante um alto drinkability. A carbonetação é boa, e o único doce vem da característica do malte.

Não há sabor de álcool residual também. Quanto ao custo benefício, paguei R$ 19,00 a long neck, então considero mediano.

No geral, essa cerveja chama atenção pelo equilíbrio, pelo meio do caminho. Aqui, isso não representa uma indecisão e sim um profundo respeito por ambas as escolas (coisa meio rara no meio).

Sabor: 3
Aspectos gerais: 3
Custo/Benefício: 3

domingo, 8 de junho de 2014

Tremendão do Paulo Ferro e o Reino da Cerveja da Regiane

Lembro que uma da vezes em que mais me surpreendi com uma cerveja foi no Pub irlandês Santa Brígida, em Gramado, quando eu tomei a Golden Ale deles. Era um Novembro frio, a música ambiente estava excelente (assim como a comida) e eu estava acompanhado do meu amor !

Pois bem, achei que a experiência de experimentar aquela cerveja, naquele ambiente, nunca se repetiria... e eu felizmente estava totalmente enganado! Em um Maio muito mais quente, sem a presença do meu amor (mas com ótima comida e excelente som - tava rolando um DVD do ZZ Top), experimentei a Tremendão do Paulo Ferro, um mestre cervejeiro aqui de Rio Claro, no Reino da Cerveja, bar de cervejas premium da sommelier Regiane Marchiori (sua mulher). Esse post é sobre essa experiência.

Quando cheguei ao Bar (para uma confraternização da empresa em que trabalho) fui recebido pela Regiane, que me disse que o Paulo (que já tinha me prometido levar umas cervejas dele) ia demorar um pouco para chegar. Após um tempo, chega o Paulo e abre uma Coffe IPA de sua autoria. Interessante receita seguindo a escola Britânica (minha preferida), mas que, com a adição do malte certo, ficou com um sabor de café, parecendo uma Stout. Eu achei a cerveja interessante - nunca tinha experimentado uma cerveja com essa combinação. Mas sinceramente, eu achei que ele podia mais... até ele me mostrar um "erro" que tinha cometido, misturando fermentos líquidos e em pó. E esse erro, caros leitores, é o motivo de eu me considerar tão sortudo por um raio poder cair duas vezes em um mesmo lugar !

A idéia da Tremendão era se basear na receita da Delirium Tremens, famosa cerveja belga que tem um elefante rosa no rótulo. Mas o que o "erro" causou ficou muito melhor do que eu poderia imaginar !

No copo, a cor é amarelo turvo, dourado. A espuma é de fácil formação, mas de pequena persistência. O aroma é uma das coisas mais impressionantes, levemente cítrico, com notas de queijo Caccio Cavalo, levemente doce. Sério... aroma com fundo de queijo!

O sabor é de uma cerveja belga, levemente doce, com abacaxi em compota. E é nessa hora que o aroma de queijo deixa de ser uma coisa estranha e passa a ser algo fantástico, pois a combinação lembra queijo com doce em compota (abacaxis e pêssego), com o final do gosto tem de amargor bem leve.

Apesar do alto nível alcoólico (mais de 11%), ele não é muito percebido. Para terminar com chave de ouro, outra surpresa... o retogosto tem um floral (o que é no mínimo impressionante, já que o que geralmente fica no aroma foi para o retrogosto).

Quanto ao custo benefício, ele não se aplica, pois eu ganhei de presente uma garrafa. Mas com certeza, ele seria bem alto, uma vez que a experiência é realmente espetacular.

Para fechar a noite, me deliciei com um New York Burger, presente no menu já algum tempo, e carro chefe da cozinha do Reino.

Se você for ao Reino, talvez não encontre o Paulo lá, e mesmo que encontre, talvez não ele não tenha mais dessa cerveja maravilhosa... Mas se um raio caiu duas, talvez caia três !

Sabor: 5
Aspectos Gerais: 5
Custo Benefício: N/A

Abbage d'Aulne Blonde de Peres

Já falamos da Cervejaria Brasserie du Val de Sambre aqui em outro post. Nesse vamos falar de outra cerveja dessa antiga cervejaria belga.

Seguindo a mesma linha da Tiple, a Blonde deles também é bem equilibrada.

No copo, é amarelo ouro. A espuma é de fácil formação e densa. O aroma é de malte, com fundo levemente azedo, um pouco de álcool.

Como dissemos, o sabor é bem equilibrado, mas puxado para o doce. É bem pouco lupulada e pouco amarga. Uma receita belga clássica, com altíssimo drinkability.

Apesar de não ter um teor alcoólico muito grande (6%), ele pode ser sentido.

Ótimo exemplar de uma boa cerveja belga, porém não senti nada de especial. Quanto ao custo benefício, considero médio-baixo, um vez que paguei R$ 18 a longneck.

Sabor: 3

Aspectos Gerais: 3

Custo-Benefício: 2

Sobre a Brahma Comary e a Copa

Muito se falou nas últimas semanas sobre a Brahma feita com cevada plantada na Granja Comary, sede de treinamento da Seleção Brasileira de Futebol para a Copa do Mundo de 2014. Houve o tal jornalista dizendo que não viu nenhumacevada plantada lá; houve a notificação feroz da Anheuser-Busch InBev ao site Brejas tentando se explicar, e houveram vários internautas tentando fazer cálculos e estimativas para tentar avaliar se seria possível plantar toda aquela cevada ali. Até o CONAR vai iniciar uma investigação...

O fato é que, sendo cevada plantada na Granja Comari ou não, continua sendo a mesma Brahma, com seus eficientes 45% de milho, e sua alcunha de cerveja do trabalhador. Mas há algo nessa edição que faz toda a diferença para o Brasileiro: ela é cara! E brasileiro adora pagar caro nas coisas.

Pagamos caro nas cervejas-lixo que são produzidas aqui, pagamos caro nos estádios da copa, pagamos caro em reforma de estradas, pagamos caro em hospitais fantasmas, pagamos caro em escolas-presídios. Pagamos caro a cada dois anos, quando em Outubro, tratamos nossa política como piada e usamos a nossa única vantagem com total displicência.

Acredito que Brasileiro adora pagar caro nas coisas para poder continuar tendo a desculpa eterna de que o nosso sistema tributário é o que nos "mata" (sendo que, sempre que possível, arruamos aquele recibo com um médico "amigo" para deduzi-lo na declaração). Há uma necessidade inerente em todo brasileiro em burlar as regras e fazer as coisas do jeito errado que me faz achar que a nação brasileira não passa de um adolescente perdido e amedrontado, frente às responsabilidades da vida adulta que o aguarda. Adolescentes são cheios de ideias mirabolantes, planos faraónicos, inconformismos com as regras e principalmente cheios de desculpas! E adoram pagar caro nas coisas!

Mais: nós temos em nossa história uma síndrome de patinho feio – excluído e manipulado pelos grandes patos. Nossa colonização foi com o a “rapa do tacho” da bacalhoada, nossa independência foi “forjada” pela Rainha, nossa sistema de educação foi imposto pelos queijos e vinhos capitalista, nosso golpe militar foi forçado pelo Tio Sam e nossa recente democracia, aquela dos “caras pintadas”, foi articulada pela elite do Plim-Plim.

Nós pagamos caro como uma compensação de auto-estima nacional, para nos mostrar que se temos todo esse capital, um dia quem sabe, com muito esforço, seremos um grande pato. Porém, hoje, pagar caro é nossa única decisão verdadeira!

Pagamos caros nas coisas porque somos adolescentes frustrados, manipulados, inconformados, acomodados e iludidos. Por isso que eu acredito que a Brahma com cevada da Granja Comary é a cerveja perfeita para a Copa do Mundo da FIFA de 2014 – afinal de contas ela É como a Copa... Uma ilusão cara, feita de mais do mesmo, que amanhã vai nos dar uma imensa dor de cabeça!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Biritis Vienna Lager

Cacilds !

Até o Mussum agora tem cerveja ! E feita pela fantástica cervejaria Dortmund (a qual já falei aqui sobre a estupenda White IPA). Eu só não entendi porque "Ampolis" aparece com se fosse o fabricante !

Eu tenho um certo receio quando uma cerveja tenta usar alguma imagem "famosa" para se promover. Eu tenho visto mais fracassos (A brown Ale dos Titans, feita pela Colorado, me deixou extremamente desapontado, e nem vou comentar a Bavaria do Jorge & Mateus) do que acertos. Cerveja boa não precisa usar subterfúgios como esses para ficar famosa, mas também entendo que, no Brasil, tudo é festa que acaba em pizza, logo...

Mas essa cerveja não foi um erro, ela foi um acerto. Ela não é excepcional, mas é melhor do que muita coisa que está no mercado !

No copo, ela tem uma cor amarelo escuro, meio turva, puxado para o vermelho. A espuma de difícil formação.

No nariz, o aroma é suave de café, caramelos e bem abiscoitado abiscoitado (ponto super positivo). Achei também um resquício de grãos, parecido com as Ales Inglesas. O sabor tem amargor médio e nada doce. O aftertaste é suave mas meio aguado. Na verdade, esse foi o meu descontentamento com a cerveja. Os fabricantes fazem isso para que o drinkability seja mais próximo das falsas Pilsners brasileiras. Essa cerveja deveria ter um final seco, direto, reto. Ai ela seria excepcional ! Mas a média do Brasileiro não ia gostar, e blá, blá, blá !

No geral, eu tomaria várias em uma noite - é um salto quântico se comprado com Skoll, Bhrama e essas outras bebidas de milho, mas ainda não chegou perto das outros rótulos da própria Dortmund ! Quanto ao custo benefício, não posso avaliar pois ganhei de presente da minha irmã, Tamires !

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 2
Custo Benefício: N/A

sábado, 26 de abril de 2014

Gulpener Korenwolf Witbier

Witbier são as melhores cervejas para se beber no Brasil... sabe aquela história de que Brasileiro gosta de Pislner porque é uma cerveja mais leve, por causa do clima, e blá? Então... Brasileiro gosta de Pilsner porque é barata... se fosse por causa do calor e "talz", a cerveja preferida aqui seria Witbier.

Essa receita tem origem belga e leva somente 50% de cevada de trigo em sua composição. E quase sempre leva alguma fruta cítrica para equilibrar o doce do trigo (geralmente, raspas de casca de laranja). No Brasil, é fácil de encontrar (bares e supermercados) a Hoegaarden, talvez a mais famosa marca dessa receita.

A Cervejaria Holandesa Gulpener fabrica uma cerveja sob essa receita que é uma das melhores que já exeperimentei, ainda melhor que a Hoegaardem.

Em sua composição, alem dos ingredientes normais, vai um variação de trigo vermelho, chamado Espelta e centeio, alem de ervas aromática e flor de sambucus. (Veja que essa receita não leva as frutas cítricas tão comuns nas receitas padrão).

No copo, tem uma cor amarela bem turva. No nariz o aroma é caramelado, com início doce e final levemente amargo.  Na boca, ela é aveludada, mas não é pesada (pelo contrário... é bem refrescante). O sabor do cítrico dá lugar a um azedinho no final, o que torna o "drinkability" muito alto, fazendo com que ela seja uma cerveja leve e saborosa. É bem pouco carbonetada e quase nada alcoólica.

No geral, é uma cerveja excelente... se tomada no verão, à beira da piscina, com uma salada de folhas verdes e molho rosé, fica imbatível ! Quanto ao custo benefício, paguei R$ 18 por uma long neck, mas já achei em alguns lugares por preços mais em conta (mas não vai custar menos que R$15).

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: 4

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Capt'n Crompton's Pale Ale

Esse post é sobre um rótulo da cervejaria Epic Brewing Company, fundada pelos amigos David Cole and Peter Erickson, e pelo metre cerverjeiro Kevin Crompton. 

Seguindo a escola americana, a Capt'n Crompton's Pale Ale tem generosas adições dos lúpulos Cascade, Mt. Hood e Centennial, e tem "dry-hopping" com o Cascade. Quanto ao malte, a predominância é do Maris Otter. 


No copo, a cor é âmbar pálida e a espuma é densa e muito bonita ! No nariz, o aroma do lúpulo Cascade, com um fundo abiscoitado, é bem redondo e refrescante.

Na boca, parece algumas IPA mais fracas, pois a adição de lúpulo é bem grande (Pale Ales não costumam ter tanto amargor no sabor e tanto aroma quanto essa).

No geral, é uma cerveja muito boa. Quanto ao custo benefício, não pude avaliar pois foi presente do meu querido amigo Lucas Magalhães !

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 3
Custo-Benefício: N/A

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Hambleton Ales Stallion

Localizada no Vale de Mowbray, a cervejaria do Nick Stafford foi fundada no ano de 1991. Mesmo com a crise financeira que assolava a Europa na época, eles nunca fizeram o compromisso entre qualidade e custo.

É dessa cervejaria do rótulo desse post, a Stallion (o símbolo da cervejaria é um cavalo branco), vencedora do prêmio Champion Beer, em 1994, no festival de York.


Com a receita básica de uma bitter ale, no copo ela tem cor âmbar escuro, parecendo chá mate. A espuma é densa e de difícil formação.

No nariz, o aroma abiscoitado é característico, com um fundo doce, proveniente da fermentação em barris de carvalho. Senti uma lembrança dos licores de jabuticaba que meu avô fazia quando era pequeno. 

O sabor tem amargor equilibrado, com um ótimo malte trazendo tabaco, café e chocolate bem amargo. O biscoito do aroma permanece, mas o drinkability é alto (principalmente pelo equilíbrio com o lúpulo). Tem um ótimo aftertaste. Sem sabor de alcool adicional.

Achei o rótulo excelente ! Quem está começando a apreciar cervejas melhores vai gostar, porque não é um soco no queixo como outras cervejas inglesas mas também não é "xoxa" como a maioria das cervejas brasileiras main stream. Quanto ao custo benefício, não pude avaliar pois foi presente do meu querido amigo Lucas Magalhães.

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 3
Custo-benefício: N/A


domingo, 6 de abril de 2014

Deus Brut des Flandres

Hoje vamos desmistificar a grande cerveja Deus ! Veja que a expressão "desmistificar" se tornou pejorativa ao longo do tempo, como se fosse desmascarar uma mentira... Aqui não... aqui agente só vai olhar para essa cerveja de maneira mais objetiva e tentar entender se ela vale o preço astronômico pela qual é vendida no Brasil.

Mas antes, tirei do site Brejas a sequência produtiva da mesma:
  • A largada é na Brasserie Boosteels, onde a Deus é fermentada por duas vezes;
  • O líquido é transportado para a região de Champagne, na França (daí o método ser conhecido por champegnoise), onde recebe mais açúcares e fermentos, e é posto para maturar por no mínimo 12 meses em barris de carvalho;
  • A breja é posta em garrafas — por sinal, as mesmas que são usadas no célebre champagne Dom Pérignon, da casa Moët&Chandon – que são submetidas à técnica da remuage, na qual um profissional as gira diariamente, no mesmo sentido, cada vez inclinando um pouco, até ficarem com os gargalos totalmente voltados pra baixo;
  • Após essa fase, congela-se somente os gargalos, nos quais se depositaram os fermentos e demais borras, os quais são expulsos pela própria pressão do líquido;
  • Adiciona-se à garrafa um pouco da cerveja previamente pronta apenas para preencher o espaço vazio resultante da expulsão dos fermentos congelados. Deus está pronta.
Veja, o grande X dessa cerveja é que ela é feita como se fosse uma Champagne. Sobre esse fato, eu tenho alguns comentários: (1) nem todo mundo gosta de Champagne, (2) há mais valor simbólico do que real no processo feito em Champagne (já experimentei espumantes feitos no Brasil os quais fiquei muito feliz com o resultadl) e (3) Quem prefere Ales não vai se importar com tooooda essa história !

Mas exatamente por se tratar de uma lenda no mundo cervejeiro, eu tentarei aqui ser o mais preciso na hora da falar da degustação (eu não consegui achar a composição - qual malte e qual lúpulo - em nenhum lugar).

No copo a cor é amarelo dourado claro. Um pouco mais amarelada que um espumante, e nada turvo. O aroma é frutado, com um fundo doce e um final azedo. Parece muito uma Golden Ale Belga, bem forte (que deve ser a receita base para a confecção. A espuma é de fácil formação, mesmo se servida em uma flauta.

O sabor é nada amargo. O doce característico da escola belga está presente, mas é bem equilibrado (nada enjoativo). O frutado do aroma permanece no after-taste, o que, somado ao doce do sabor principal, traz uma deliciosa lembrança de amora em compotas. Essa parte é realmente sensacional. E para equilibrar tudo, após a compota passar, fica um suave amargor. A carbonetação é média e o sabor residual de alcool é sempre presente (afinal, ela tem 11,5 % de alcool).

Agora, o que todos estavam esperando: vale o preço de R$ 150 (isso mesmo.... cento e cinquenta) a garrafa. A resposta é: Não ! E digo isso por alguns motivos: (1) Ela custa 15 euros na europa, (2) ela é uma cerveja de "nicho"... quem não gosta de Ales Belgas, não vai amar e (3) não sei, até que ponto, o processo todo cheio de "nove horas" realmente faz alguma diferença.

O fato é que essa cerveja é realmente excepcional, e realmente uma das melhores que eu já provei. Mas não tomarei de novo no Brasil.

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: 1 no Brasil e 4 na Europa.

sábado, 15 de março de 2014

Southern Tier 2x IPA

Da mesma cerveja do post passado vem essa IPA com 2 vezes mais lúpulo e malte do que o normal.

No copo tem cor amarelo claro, porém bem turvo. A espuma é de fácil formação.

O aroma é excelente, com floral delicado, redondo e com notas de limão siciliano e levemente abiscoitado. O sabor tem amargor médio de baixa carbonetação. É bem refrescante !

O after taste tem bom amargor, com fundo de mato molhado depois da chuva (coisa que não sentimos há um bom tempo aqui no estado de São Paulo). Tem bem pouco sabor de alcool.

Altíssimo drinkability, inclusive se você beber gelada ! Quanto ao custo benefício, é normal, uma vez que paguei R$ 18 a long neck (mas no EUA deve ser bem mais barato !)

Sabor: 3
Aspectos gerais: 3
Custo benefício: 3

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Smashbomb Atomic IPA

"Thirsty, Thirsty Hippo!"

O Canadá é realmente uma terra peculiar. Tem duas línguas oficiais, tem neve pra caramba, tem uma planta em sua bandeira que parece uma flor de maconha, e tem a Flying Monkeys, a cervejaria mais psicodélica já existente !

Com o slogam "Normal is Weird!", a cervejaria foi criada por Peter Chiodo, que cresceu vendo seu avó fazer cerveja em casa, na cidade de Etobicoke, na província de Ontário. Hoje, sua cervejaria fica em Barie, a 100 Km de Toronto. Eles tem uma abordagem psicodélica para arte, e levantam a bandeira do "Anti-corporativismo" !

A IPA deles é feita com os lúpulos Cintra e um pouco de Centennial. Segundo a cervejaria, há 9 adições de lúpulo ao longo do processo produtivo, garantindo 70 IBU de potência.

No copo a cor é ambar escuro, com brilho avermelhado e bem turvo. Quase sem espuma. No nariz, há uma aroma delicioso de caramelhos misturados com o lúpulo, com fundo herbal bem refrescante.

O sabor é bem lupulado, da escola americana. O líquido é aveludado e com um delicioso final seco (atendendo a todas as minhas expectativas). Não há nada de doce a não ser o primeiro aroma do caramelo.

No geral, é uma cerveja deliciosa, mas quem não está acostumado, vai estranhar (pois é bem mais amarga e seca do que as cervejas maintream).

Quanto ao custo benefício, paguei R$ 18 em uma long neck no Have A Nice Beer.

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 3
Custo Benefício: 3

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Leuven Red Ale

Realmente, o Brasil já se tornou um país aonde você pode ter uma excelente experiência sensorial com cervejas criadas e fabricadas aqui !

As mais louváveis são as criativas, que combinam a imensa quantidade de temperos, cheiros e sabores que existem aqui para com as receitas clássica, e surpreendem os seus sentidos. Já publiquei sobre várias aqui no Blog.

Porém, há espaço também para aquelas cervejas normais porém muito bem feitas. Que não tem nenhum condimento ou sabor tupiniquim, mas são fabricadas com muito cuidado e carinho.

Esse é o caso da Red Ale da cervejaria piracicabana Leuven. É uma Red Ale estilo belga, super gostosa e bem feita. Li em alguns sites que ela na verdade é uma Flanders Ale, uma vez que a denominação Red Ale é bem pouco precisa. Já falamos de outra Flanders aqui no blog, a Bavik Petrus Oud Bruin. Mas a Red Ale da Leuven é totalmente diferente.

No copo, a cor é, como de se esperar, vermelha. Mas é pálida, uma vez que a cerveja é não filtrada (minhas preferidas). A espuma é de fácil formação e bem densa.

No nariz, o aroma é do malte, com fundo doce, um pouco licoroso. Ela (por causa da escola belga) é bem pouco lupulada.

O aroma começa com os biscoitos das Ales Inglesas, mas o final não é seco, é bem licoroso, com um bom equilíbrio entre o doce. Realmente quase não se sente o efeito do lúpulo (ele fica para o aftertaste). Bebida na temperatura ideal (de 5° a 7°) a experiência se completa. Não há sabor de álcool residual (6% de graduação alcoólica).

No geral, é uma ótima cerveja e com um excelente custo benefício - paguei R$ 13 em uma garrafa de 500 ml, em um supermercado aqui de Rio Claro.

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 4 (por ser não-filtrada)
Custo-Benefício: 4

Phin & Matt's Extraodinary Ale

A escola de cerveja americana melhora a cada dia ! De fato, a adição de quantidades massivas de lúpulo tem feito uma diferença imensa em suas receitas !

O rótulo desse post compartilha essa idéia. Da cervejaria Southern Tier, a Phin & Matt´s Extraordinary Ale tem adições do lúpulo Whole e quantidades de malte que deixam a cerveja bem equilibrada (sem sobressair o gosto do amargo ou do doce).

No copo, ela tem cor amarelo leve o turvo (apesar de ser filtrada). Faz pouca espuma. O aruma é bem frutado, lembrando chá de pêssego.

O sabor é amargo leve, com um fundo doce. Bem equilibrada no lúpulo, o que faz com que ela parece meio "aguada". Porém, de altíssimo drinkability. Carfbonetação média... ótima para dias quentes e para tomar várias !

Quanto a custo benefício, paguei R$ 18 a long neck. Por esse preço, é possível encontrar cervejas melhores no Brasil !

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: 3

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Way Belgian Dark Roller Coaster

As vezes eu escrevo aqui sobre cervejas magníficas, as vezes sobre cervejas ruins... hoje vou escrever sobre uma cerveja "nada de mais" (uma vez que quero que esse blog também seja informativo...)

Já falei da cervejaria Way em outros posts (1) e (2) e no geral tinha dados boas notas para eles. São da região metropolitana de Curitiba e tinham boas idéias para as cervejas.

Já para a Belgian Dark Roller Coaster, parece que faltou imaginação. Ela tem cor marrom escuro, quase sem espuma. O aroma é bem suave, quase imperceptível, de cerveja belga. O sabor é suave também, levemente torrado, assim como o amargor: suave.

Ou seja, é uma cerveja de receita poderosa mas de realização nada poderosa. Uma mistura de stout com Golden Ale belga.

Recomendado só se você for extremamente curioso !

Sabor: 2
Aspectos Gerais: 2
Custo Benefício: 2

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Coruja Labareda Rock Bier

Uma das coisas que eu mais gosto na "escola Brasileira" (se é que podemos chamar assim) é que os cervejeiros aqui sempre são muito criativos com as infinitas possibilidades de frutas e temperos que existem na Terra de Santa Cruz !

Um exemplo disso é o rótulo desse post: a Coruja Labareda Rock Bier. Direto das terras do Sul e criada pelos então arquitetos Micael  Eckert e Rafael Rodrigues (junto com o mestre cervejeiro Michael Kerbs Yeps), levanta a bandeira da cerveja viva: não pasteurizada (igual ao chopp).

A Labareda Rock Bier foi desenvolvida junto com o músico (mutcho lôco) Wander Wildner, e trata-se de uma receita inspirada no estilo Kellerbier, que leva malte Vienna defumado e tem também pimenta da variedade Capsicum Frutescens (aquela do molho Tabasco) na composição. 

No copo ela é vermelha bem turva, quase sem espuma. No nariz, o arma forte de malte, biscoito (igual as Ales Inglesas) com vários condimentos. Lembrei bastante de caramelos e chucrute. 

O sabor é forte e pouco amargo com final levemente doce: notas de alpiste (sério!) e caramelos. A pimenta é sentida no aftertaste. A personalidade dessa cerveja é bem forte, fazendo com que sei drinkability seja baixo (mesmo com baixa carbonetação). Você vai querer tomar uma só em uma noite... ela é para poucos (apreciadores bem experenciados).

Porém, ganha vários pontinhos positivos devido à originalidade ! Quanto ao custo benefício, acho alto. Você encontra ela na faixa de R$ 18 a R$ 20, mas ela te oferece uma experiência bem diferente das cervejas comuns (mesmo tendo drinkability baixo).

Sabor: 5

Aspectos Gerais: 3 (devido ao drinkability)

Custo-Benefício: 3

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Colorado Ithaca

E para entrar em 2014 com o pé direito, e fazer bonito no retorno do blog, a cerveja desse post é da realeza... Colorado Ithaca, uma Imperial Stout genial, feita toda em solo tupiniquim !

Segundo a Wikipedia, o tipo Imperial Stout, também conhecido como Russian Imperial Stout é uma cerveja escura e forte (no alcool e no sabor), criada na Inglaterra no século 18 pela cervejaria Thrale´s para ser exportada para a corte da rainha Catherine II (também conhecida como Catherine A Grande), da Rússia.

A versão da Colorado é feita com rapadura queimada (rapadura é um ingrediente muito comum nas cervejas dessa cervejaria) e tem esse nome devido ao processo de aprovação junto com o Ministério da Agricultura, longo e complicado, quase Homérico ! (Ítaca é uma ilha na Grécia, terra natal de Odisseu - ou Ulisses)

O processo de aprovação foi tão longo que a cerveja maturou bastante dentro da garrafa, deixando mais proeminentes as notas de chocolate, malte torrado e café.

No copo ela tem cor preta, espuma densa e de fácil formação. No nariz o aroma é de chocolate e café, mas tem um fundo floral delicado e surpreendente.

O sabor é bem doce, mas não é enjoativo, com amargor bem leve. Imagine uma Guiness, um pouco mais doce com várias especiarias. Magnífico !

Mesmo com a alta quantidade de alcool (10,5%) é quase imperceptível o sabor residual do alcool. Quanto ao custo benefício, ela não é uma cerveja barata. Eu ganhei de presente, mas pequisei o preço por ai e pode variar de R$ 45 a R$ 50.

Mas a cerveja é magnífica e vale a pena cada real gasto !

Sabor: 4
Aspecto Geral: 4
Custo Benefício: 3

Voltamos !

Depois de um tempo sem postar, vou voltar à atividade normal !

Aguardem !