Mas antes, tirei do site Brejas a sequência produtiva da mesma:
- A largada é na Brasserie Boosteels, onde a Deus é fermentada por duas vezes;
- O líquido é transportado para a região de Champagne, na França (daí o método ser conhecido por champegnoise), onde recebe mais açúcares e fermentos, e é posto para maturar por no mínimo 12 meses em barris de carvalho;
- A breja é posta em garrafas — por sinal, as mesmas que são usadas no célebre champagne Dom Pérignon, da casa Moët&Chandon – que são submetidas à técnica da remuage, na qual um profissional as gira diariamente, no mesmo sentido, cada vez inclinando um pouco, até ficarem com os gargalos totalmente voltados pra baixo;
- Após essa fase, congela-se somente os gargalos, nos quais se depositaram os fermentos e demais borras, os quais são expulsos pela própria pressão do líquido;
- Adiciona-se à garrafa um pouco da cerveja previamente pronta apenas para preencher o espaço vazio resultante da expulsão dos fermentos congelados. Deus está pronta.
Mas exatamente por se tratar de uma lenda no mundo cervejeiro, eu tentarei aqui ser o mais preciso na hora da falar da degustação (eu não consegui achar a composição - qual malte e qual lúpulo - em nenhum lugar).
No copo a cor é amarelo dourado claro. Um pouco mais amarelada que um espumante, e nada turvo. O aroma é frutado, com um fundo doce e um final azedo. Parece muito uma Golden Ale Belga, bem forte (que deve ser a receita base para a confecção. A espuma é de fácil formação, mesmo se servida em uma flauta.
O sabor é nada amargo. O doce característico da escola belga está presente, mas é bem equilibrado (nada enjoativo). O frutado do aroma permanece no after-taste, o que, somado ao doce do sabor principal, traz uma deliciosa lembrança de amora em compotas. Essa parte é realmente sensacional. E para equilibrar tudo, após a compota passar, fica um suave amargor. A carbonetação é média e o sabor residual de alcool é sempre presente (afinal, ela tem 11,5 % de alcool).
Agora, o que todos estavam esperando: vale o preço de R$ 150 (isso mesmo.... cento e cinquenta) a garrafa. A resposta é: Não ! E digo isso por alguns motivos: (1) Ela custa 15 euros na europa, (2) ela é uma cerveja de "nicho"... quem não gosta de Ales Belgas, não vai amar e (3) não sei, até que ponto, o processo todo cheio de "nove horas" realmente faz alguma diferença.
O fato é que essa cerveja é realmente excepcional, e realmente uma das melhores que eu já provei. Mas não tomarei de novo no Brasil.
Sabor: 4
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: 1 no Brasil e 4 na Europa.
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