domingo, 29 de novembro de 2015

Fuller´s Past Masters 1914 Strong X

Em minha singela opinião, não há bebida que melhor reconforte um trabalhador depois de uma semana que poderia ser esquecida para sempre.

Imagino que no começo do século passado essas semanas eram muito mais comum do que hoje. Leis trabalhistas muito menos definidas, zero ou pouquíssima automação para ajudar no esforço físico, ganância e mercado em expansão fizeram a vida dos trabalhadores um inferno na terra. Sem falar na guerra mundial que assolava a Europa e causava muita dúvida no futuro.

Mas, no final do dia, a recompensa: Ale! E não há ninguém no mundo que entende melhor sobre saciar essa vontade do que a Britânica Fuller´s, que em 2014 lançou mais esse rótulo para o seu rico portfólio.

A receita usada para essa cerveja foi criada no dia em que a Primeira Guerra mundial foi declarada: 04 de Agosto de 2014. Segundo a empresa, todas as receitas que foram feitas naquela época foram minunciosamente descritas em um livro, e essa recebeu o nome de "X". Leva malte Pale Ale, xarope de açúcar invertido da cervejaria N.º 3 e xarope de açúcar escuro. Os lúpulos são Goldings (muito comum na Inglaterra) e o Fuggles.

No copo, tem uma cor fantástica, avermelhada e turva, com pouquíssima espuma (como manda a tradição britânica). No nariz, um fantástico aroma adocicado, do malte Pale Ale, pouco lupulado. Há um fundo frutado levemente cítrico, mas apenas para equilibrar o sabor.

Na boca, é tão doce quanto se espera de uma Strong Ale (mas é menos doce que Golden Pride) Britânica. Ela ainda mantem o equilíbrio. Há um contorno de ameixas e um leve fundo de laranjas no sabor (mas só se você prestar bem atenção).

No geral, como tudo que a Fuller´s faz, é excepcional. O que não foi tão bom foi o preço: R$ 43,00 (nossa economia não está ajudando). Um pint dessa cerveja lá custa 4 libras. Mesmo considerando a conversão, ainda teríamos um custo pelo menos metade do preço do que foi pago. Mas, você não vai achar nenhuma cerveja no Brasil que consiga se aproximar dessa experiência.

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: No Brasil, 3. Na Inglaterra, 5.

sábado, 31 de outubro de 2015

Badger Golden Champion

Sou fã de carteirinha das cervejas da Badger. Apesar de serem muito criativos em suas receitas, equilibram a originalidade com a tradicionalidade britânica como poucos. Já postei vários rótulos deles aqui.

Hoje vou falar sobre um que não é vendido (pelo ainda) no Brasil: a Golden Champion.

Diferente da maioria das Ale, essa deve ser servida e bebida gelada. Na receita, é adicionado uma boa quantidade da flor Elderflower (a mesma que dá nome a outra excelente cerveja - Eldeweiss).

No copo, a cor é amarelo espuma. E como toda boa Ale britânica, quase nada de espuma. No nariz, o aroma floral é bem aberto e freco, de médio lúpulo.

Na boca, o sabor é levemente doce com o fina um pouco seco. O retrogosto é frutado, com algumas notas de especiarias.

No geral, é uma cerveja super equilibrada e tenho certeza que (fora a conversão de Libra para Real) ia fazer muito sucesso no verão brasileiro. Chega a ser mais leve e refrescante que os outros rótulos dessa cervejaria, como a Golden Glory e a Flyer.

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: 4 (em Libras) | 2 (em Reais).

Birra de Parma Bronzo

No centro de Milão, cortando a cidade, há um rio artificial (que pode ser esvaziado quando se deseja limpar) que foi construído para facilitar a construção da monumental Duomo. Quem visita (e depois vai passar a mão no saco do Boi na galeria Vittorio Emanuele) entende o quão era grandioso esse centro do velho mundo.


A Itália nunca teve tradição cervejeira, mas ela tem todos os outros componentes de um país cervejeiro: história medieval, forte presença da igreja, boa (de verdade) comida... Talvez seja por isso que esse cenário tem começado a muda.

O post de hoje é sobre um fantástico rótulo (que não pode ser encontrado no Brasil) que tive a privilégio de experimentar quando estive lá: a Birra de Parma Bronzo.

Apesar de não se declara Ale ou Lager, a classificação mais próxima é que ela pertence a família das Strong Ale. O grande diferencial dessa cerveja é utilizar a mesma levedura que faz a fermentação dos vinhos Lambrusco (esses sim muito comuns no Brasil). Por isso, essa cerveja passa por uma segunda fermentação na garrafa.

Antes do copo, preciso fazer uma nota aqui sobre a garrafa. Ela é grande, quadrada e muito estilosa. Bem medieval mesmo... No copo, a cor é rubra (um amarelo com tons avermelhados). A espuma é de difícil formação e pouco persistente (não se deixe enganar pela foto acima).

No nariz, há um complexo aroma de frutas em compota, porém de um frescor delicado. Isso equilibra o aroma para que ele não fique enjoativo. O sabor é leve e pouco amargo. Há um fundo doce e frutado, decorrente dos maltes europeus que são utilizados. É fácil perceber notas de amexeiza, um pouco de café e um fundinho de azeitonas pretas. Apesar de levedura e da segunda fermentação, a carbonetação é pequena

No geral, é uma ótima experiência e mostra que a Itália está compensando a falta de tradição com criatividade e qualidade primorosa. Mas é cara: EUR 20,00 (ouch). Sorte que eu fui quando o dolar ainda estava 2 para 1.

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: 3 (em Euro) | 1 (em Reais).

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Innis & Gunn Original

Ainda sobre as Scottish Beer, temos no Brasil também o rótulo Innis & Gunn. Esse rótulo é relativamente novo. Em 2002, Dougal Sharp, foi contratado por uma destilaria de Whisky, pois essa queria uma cerveja especialmente para temperar as barricas de carvalho que iriam posteriormente armazenar o whisky. A ideia era agregar o adocicado da cerveja ao destilado.
Um dia resolveram provar a cerveja estavam literalmente jogando fora e descobriram que era simplesmente deliciosa e diferente de tudo que seus criadores já haviam experimentado.
O período de produção da Innis & Gunn demora 77 dias (dos quais ela fica 30 dias dentro dos barris de carbalho), leva em sua composição 3 maltes (ale, cristal e trigo) mas é fermentada à baixa temperatura - o que a configura como uma Lager e não uma Ale.
No copo, ela tem uma coloração amarelo-vermelho escuro. A espuma é pouco densa e de difícil formação. No nariz, o aroma de malte e do carbalho é levemente doce (em comparação com a Tennent´s, não tem o hebal, e tem mais aroma de malte).
Na boca, ela é mais doce do que a Tennent´s, se parece mais com o Whisky. Quem não está acostumado com cervejas especiais, pode achar um pouco doce demais (para mim, está ótimo). Apesar da graduação alcoólica moderada (6,6%), não senti o sabor residual.
No geral, é uma cerveja excelente para um dia mais frio ou então para relaxar. Recomendo tomar não muito gelada (até à temperatura ambiente dá), pois assim fica mais fácil saborear as notas de carvalho e dos maltes. Quanto ao custo benefício, paguei R$ 18 no Armazém 29.

Para saber em quais bares ou restaurantes vocês encontram essa cerveja para beber, acessem:

http://boascervejas.com.br/beers/innis-gunn-original
Sabor: 4
Aspectos Gerais: 4

domingo, 16 de agosto de 2015

Tennent´s Aged With Whisky Oak

Acredito que quando um sentido nosso evolui, a evolução é plena e não específica. Por isso, quando comecei a treinar meus paladar, olfato e visão para apreciar cervejas com tudo que elas têm a oferecer, também comecei a gostar mais de vinho e principalmente de Whisky.

Sobre esse último, ainda tenho pouca experiência... mas posso dizer que tenho me surpreendido com as sensações de tomar um Jack Daniel´s (ok, é Bourbon, eu sei...) ou então Johnnie Walker depois de um dia cansativo.

Por isso, quando experimentei cerveja que é maturada em barril de carvalho, como Whisky, verei fã. Conhecidas por Scottish Beer, a ideia até que é simples: fazer a receita tradicional de cerveja (água, malte, lúpulo e levedura) mas deixá-la maturar em tonéis de carvalho.

O post de hoje é sobre o rótulo da Tennet´s, mas há várias outras sendo vendidas no Brasil (como a excepcional Innis & Gunn, a qual falarei em outro post).

Esse rótulo da cervejaria Tennent´s é feita com quatro tipos de lúpulo: Zeus, Summit, Tettnang e Aurora, três tipos de malte escoceses e água do lago Katrine. Após a adição da levedura, elas maturam em barris Speyside Single Malt Whisky até obter os sabores complexos o aroma.

No copo, ela tem uma cor amarelo claro com tons levemente avermelhados. A espuma é de difícil formação e pouco densa.

No nariz, há uma aroma fantástico herbal, verde, junto com o aroma característico do carvalho. Como há a adição de lúpulo, o aroma não é de Whisky - é uma mistura de dois mundos tão fantásticos quanto antigos. É complexo, com um fundinho de baunilha. Genial.

O sabor é levemente doce, com um fundo de whisky. Mas também o que acontece é uma mistura muito bem equilibrada e complexa. O drinkability é altíssimo pois: apesar da presença dos maltes escoceses, o sabor é fresco e a quantidade da álcool não deixa residual (6%).

No geral, é uma cerveja fantástica, aromática e equilibrada. O custo benefício é médio-alto: paguei R$18 no Armazém29, aqui em Rio Claro.

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: 4

domingo, 21 de junho de 2015

Fuller´s Golden Pride

A primeira vez que experimentei a London Pride (carro chefe da cervejaria britânica Fuller´s) gostei muito, mas não achei algo super fantástico. Naquela época, o blog estava começando e eu também (nesse mundo cervejeiro), então... acho que não tinha ainda tanta maturidade para julgar muito bem o que estava bebendo.

O tempo foi passando, eu fui experimentando mais (e também tomando outras vezes a London Pride) até que hoje posso dizer que essa é a melhor cerveja do mundo em minha opinião. Principalmente se você tomar lá, em Londres... fresquinha, no barril, em um copo de Pint original!

A Fuller´s é hoje a cervejaria mais tradicional de Londres (e, acredito eu, com o maior número de Pubs ao longo da cidade). Fica na beira do Rio Tâmisa (Thames) e produz vários rótulos tradicionais (e em sua maioria Ale).

Nesse post vamos falar de um outro rótulo deles, que só é vendido em garradas - a Golden Pride.

Basicamente com a mesma receita base da London Pride, tem a promessa de ser mais forte e mais saborosa (no rótulo lê-se Supreme Strenght Ale). Vi até alguns sites classificarem ela como English Barely Wine, o que a faz um rótulo bom para ficar guardado na garrafa (seu sabor tende a melhorar com o tempo). O site da própria Fullers a chama de "Cognac das cervejas".

Em sua receita, são usado os lúpulos Northdown, Challenger e Target e o malte Cristal. Com essa composição, vem ganhando várias medalhas nos últimos anos.

No copo ela tem uma cor vermelho escuro e turvo, bem convidativo. No nariz, tem-se notas de laranja torrada e o abiscoitado leve no final (característico das cervejas inglesas). É realmente surpreendente, complexo, com várias camadas... mas mantem o equilíbrio educado de um lorde inglês. Fantástico!

Na boca, o líquido é licoroso e aveludado (parece acariciar a língua). O sabor é também equilibrado (mas muito marcante e presente). O doce fica na aresta entre o significativo e o enjoativo - a compota de laranja que minha avó fazia. O amargor é sentido mas não se sobrepõe (como se estivesse ali apenas para não deixar o malte ficar muito enjoativo).

No geral, é uma cerveja espetacular... forte sim (8,5% de alcool), licorosa mas não excessiva. O custo benefício é médio- alto. Na internet achei preços de R$25 a R$30 na garrada de 500 ml.

ALTAMENTE RECOMENDADA!!!

Sabor: 5
Aspectos Gerais: 5
Custo-Benefício: 4

domingo, 14 de junho de 2015

Bath Golden Hare Ale

Bath é uma cidade do sudoeste cidade do sudoeste de Inglaterra, mais especificamente localizada no Condado de Sumerset, a 184 Km de Londres. É muito conhecida pelos seus banhos termais que provém de três nascentes. A lenda diz que a cidade foi criada devido aos romanos terem ali descoberto uma água com propriedades milagrosas (curativas), no qual o Império Romano construiu umas termas. 
Ponte na entrada de Bath

Catedral em frente à casa de banho
Na entrada de Bath há uma ponte que dá uma visão do que é a cidade. Durante à noite, a vista dessa ponte mostra uma cidade iluminada, aconchegante e com uma história bem antiga. Perto da li, há a tão famosa casa de banho romana, construída em frente a uma catedral com estilo medieval (quase gótico). Quando fomos visitar essa cidade era inverno, e a noite começava às 3:30 da "tarde". Acho que foi o dia que passei mais frio na minha vida. Logicamente que, depois do passeio, parei em um Pub de esquina, na praça da entrada de Bath, para tomar uma Ale local.

É de lá que o rótulo do nosso post se origina, mais especificamente de uma cervejaria com um nome simples: Bath Ales. Feita com malte Maris Oter e lúpulo Golding, é uma Ale leve, equilibrada. Tipicamente Inglesa.

No copo, tem uma cor amarelo ouro e a espuma é de difícil formação (como qualquer boa cerveja inglesa). No nariz, um aroma é leve de malte e pouco lupulado. O equilíbrio começa e aí e não para mais. Na boca, o sabor é forte de malte, mas com bom equilíbrio ótimo do lúpulo - bem abiscoitado. O malte é o típico e tradicional inglês. 

Isso é que me deixou mais feliz - é uma típica Ale Britânica (sem frescuras, direto ao ponto e equilibradíssima). O after taste é doce, com balas toffe e caramelos. Quase sem sabor alcoólico (4,4%). 

No geral, é uma cerveja fantástica para tomar de monte - mas sou suspeito para falar: Ales Inglesas são de longe minha preferência! A experiência é muito semelhante a chegar na cidade no inverno e encontrar um ambiente aconchegante, histórico e certamente muito interessante.

Quanto ao custo benefício, é difícil julgar - na Inglaterra eu paguei aproximadamente duas libras (cerca de R$10,00) por uma garrafa de 500 ml. Se olhássemos esse valor somente, o custo benefício seria 5. 

Mas no site Boas Cervejas não consegui achar nenhum bar que vendesse no Brasil, mas posso imaginar que uma cerveja dessa não custaria menos que R$30. Ainda sim, o custo-benefício não seria dos piores.

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: entre 4 e 5.

Vista à noite da entrada de Bath
Praça na entrada de Bath






segunda-feira, 8 de junho de 2015

Drones

Quando eu era criança, sempre achei que um vilão era um personagem que gostasse de ver o sofrimento alheio. Ele se fortificava e se deliciava com súplicas, lágrimas, lamúrias e desgraças. Isso era sua força, seu objetivo, seu fim. E lógico, quanto mais perto da angústia, melhor seria.

A presença de um vilão frente à desgraça alheia também era importante para render às histórias possibilidades de arrependimento, afinal o gosto pelo sofrimento era apenas uma maneira de mostrar ao mundo o próprio inferno – todo vilão tinha um passado perturbado – um pedido de socorro.

E assim, não raro tínhamos muito mais afinidade com os vilões do que com os mocinhos... e os atores que representavam os primeiros sempre foram muito mais interessantes, premiados e ovacionados.

O novo álbum do Muse, Drones, nos apresenta um novo tipo de vilão, a qual as histórias da infância nada falam. Moderno, real, nada interessante, e globalmente muito mais perigoso: a destruição de empatia e a desumanização do ser humano, teatralmente transformado em um Drone.

Ele surge das crianças questionadoras e sonhadoras forçadas a tomarem Ritalina aos montes para se calarem. Cresce com jovens que sofrem bullying por terem vontades diferentes da média. Desabrocha na adolescência aonde a futilidade é o ritmo e a promiscuidade é a melodia. Vira adulto buscando carreiras meteóricas em empresas que não se importam com pessoas. Tornam-se pais cansados, vazios e perdidos que acabam por entupir suas crianças de Ritalina.

A falta de empatia parece tornar tudo mais simples e objetivo, pois a realidade alheia não precisa ser levada em consideração. É habeas corpus para o egoísmo, justificava para o desdém, permissão para a presunção e arrogância. Tão fácil quanto apertar um botão a milhares de quilômetros de distância e tirar centenas de vidas (afinal, o que os olhos não vêem, o coração não sente). Tão certo que não há qualquer necessidade ou possibilidade de arrependimento.

O tema não é novo – Roger Waters o explorou (mas de maneira muito mais intimista) no épico The Wall, mas se torna cada vez mais recente. Estamos deixando o capitalismo tomar conta de todas as nossas decisões, e nos tornando escravos hedonistas ocultos de marcas, formas e estéticas. E nos enganamos todos os dias que estamos no controle. Que iDecidimos. Que iQuero; iFaço; iPenso; iSonho; iSei.

Por isso, esse álbum é obrigatório! Ele nos força a pensar o que estamos estamos fazendo da nossa vida e o que isso tem causado na vida de outras pessoas. Somente quando enxergarmos que nossas reclamações do dia-a-dia são tentativas errôneas de preencher um vazio muito maior é que poderemos começar a perceber que não merecemos a atenção que estamos clamando. O outro merece mais.


E assim como o personagem, que se rebela contra seus algozes e encontra redenção no amor da sua família, nós um dia iremos quebrar as correntes que nos aprisionam dentro de nós mesmos, e que deturpam nossa memória sobre quem somos, de onde viemos e aonde estamos destinados a ir.

Nesse final de semana, voltamos à nossa programação normal!

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Olívia IPAlito

Quando vi a matéria de que o governo brasileiro aprovou um aumento de impostos sobre as cervejas importadas, fiquei chateado... mas nem tanto! O Brasil hoje tem várias micro-cervejarias que competem de igual para igual com a maioria das importadas - e as muitas vezes ganham pela criatividade!

Esse é o caso da cervejaria Suméria e seu rótulo Olivia IPAlito!

Cerjas IPA tem se tornado as mais comuns no mercado de micro-cervejarias brasileiras e tenho duas teorias para isso: a escola americana de cerveja é quase que 100% baseada nesse tipo (e nós adoramos os americanos) e a adição de lúpulo é um potente bactericida - IPA´s tem muito lúpulo, então duram muito mais do que o normal.

Bom, independente disso, é um tipo a ser respeitado - a adição extra de lúpulo confere aromas que nenhum outro tipo permite, causando um frescor inigualável. Nessa levada, a IPAlito tem diferencial de ser feita por Dry Hopping triplo, com os tipos Ella, Columbus e El Dorado, tem um IBU prometido de 59. No copo, tem cor ambar claro e espuma densa de fácil formação.

No nariz, o aroma é de malte, com fundo doce. Há um elemento reconfortante (após um dia cheio) e um pequeno floral, delicado mas bem fresco. O líquido é pouco denso, de mádia carbonetação.

O sabor é de castanhas, com amargor médio, sem álcool residual (5,4%). Tem alto drinkability e notavelmente segue a escola americana.

No geral, é uma IPA mais equilibrada do que o normal, que apesar do Triplo Hopping não tem excessos. O custo benefício não pode ser avaliado pois foi presenta da minha Linda!

Para saber em que bares encontrar essa cerveja, você pode acessar:

http://boascervejas.com.br/beers/olivia-ipalito

By the way, vou começar a usar esse site para indicar aonde comprar. O site é muito legal, fácil de usar e tem muitas cervejas catalogadas!

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 3
Custo-Benefício: N/A

sábado, 30 de maio de 2015

Coruja Alba Weizenbock

Cervejas tipo Weizenbock tem a missão de juntar dois mundos cervejeiros geralmente bem separados: cervejas de trigo (Weizen) e cervejas tipo Bock.

Sobre cervejas de trigo, já publicamos vários posts aqui... por isso, basta dizer que são cervejas que usam trigo em vez de malte de cevada (as vezes usam uma mistura dos dois) e são doces, com aroma geralmente de banana - suaves e deliciosas.


Cervejas tipo Bock ficaram conhecidas no Brasil através da Kaiser Bock - na época do lançamento, o slogan era "Uma cerveja para o Inverno". Até hoje, esse rótulo só é produzido no inverno, hoje pelas Cervejarias Heineken do Brasil. Da família das Lager, tem origem alemã e sempre foi atrelada à acontecimentos especiais. Tem sabor mais pronunciado, doce e a inconfundível cor vermelha. Geralmente é pouco amarga (IBU entre 20 a 27).

A combinação dos dois mundos não poderia dar errado - e assim o é com a Coruja Alba. No copo, ela tem um marrom avermelhado e turvo, com espuma densa e de difícil formação.

No nariz, o aroma é levemente doce e abiscoitado (me lembrou Ales Inglesas). O líquido tem densidade média e é bem aveludado. O sabor é mais lupulado do que eu esperava, o que confere um corpo um pouco mais destacado e com o fundo doce característico das Bock. Vários doces em compota.

O retrogosto é parecido com as Ales Inglesas, levemente mais amargo do que o normal. O álcool é perceptível (6,5%). A carbonetação é média.

No geral, é uma Weizenbock que sai do lugar comum (como se não bastasse o lugar incomum do tipo). Ótima para quem é "experenciado", mas de médio drinkability para que ainda é iniciante (ela é forte). Fica genial com joelho de porco, mostarda escura e uma boa salsicha defumada.

Em relação ao custo benefício, é bom - apesar de te ganho essa de presenta da minha Linda, é possível comprar no supermercado Enxuto (em Rio Claro) por preços por R$ 15,00 (long neck).

Sabor: 4
Aspectos Gerais: 3
Custo/Benefício: 3

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Bodebrown Ego Tripel

E para terminar o "baba-ovo" que foram os posts sobre a Bodebown (eu sei, vire fã), esse é sobre a potente Ego Tripel!

Do dicionário online, Ego: sm (lat ego) Psicol - Experiência que o indivíduo possui de si mesmo, ou concepção que faz de sua personalidade; em psicanálise, apenas a parte da pessoa em contato direto com a realidade, e cujas funções são a comprovação e a aceitação dessa realidade.
Com essa inspiração, Samuel (Bodebrown) juntamente com o amigo Greg Murer (Berillium Erbium Brewery, Belgica) e cervejeiros da Great Divide nos trazem essa jóia belga, poderosa e inteligente. Poderosa pois tem 10% de graduação alcoólica. Inteligente pois usa alem do malte de cevada, um pouco de malte de trigo para equilibrar as coisas. 

O líquido é amarelo-rubro, escuro e limpo. Sem espuma - totalmente. No nariz, um aroma leve, quase não lupulado (como geralmente as Belgas são) e com fundo doce. O sabor é doce e alcoólico - bem direto ao ponto! É uma cerveja para beber pouco pelo álcool e muito pelo equilíbrio (você tem que escolher e tentar a sorte...). Acredito que a maioria vai escolher "beber muito"! Heheh!

No geral, é uma ótima belga, poderosa e equilibrada. Quanto ao custo benefício, paguei R$ 18,00 no site Have a Nive Beer. Considero então médio!

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 3
Custo/benefício: 2,5

sábado, 31 de janeiro de 2015

Bodebown Witbier

Aaahhh, o verão! Sol, calor, sede... Nada como ter uma ótima cerveja para acalentar nossos desejos gelados de refrescância e relaxamento!

E quem pensou em um Brahma ou uma Skol trincando... não entendeu o que eu disse: eu disse "CERVEJA"!

E para aqueles que defendem que essas american lager (não, elas não são Pilsen, como o rótulo diz) são ideais pois são leves e "fáceis" de beber, eu tenho uma só palavra: Witbier!

Já publiquei sobre esse tipo em vários posts aqui no blog... e hoje vou contar minha experiência degustando a Witbier da Bodebrow (em minha opinição, talvez a melhor cervejaria naciaonal).

Preparada pelo cervejeiro Samuel Cavalcanti, alem dos componentes tradicionais, leva semente de coentro. Isso faz com que o sabor fique um pouco mais complexo, sem perder o frescor... assim todos fica felizes (novatos e experenciados).

Cor amarelo dourado, espuma de fácil formação mas pouca persistência. Devido à levedura usada para cervejas que têm trigo, tem um residual particulado que dá uma impressão de não ser filtrada.

No nariz predomina o aroma da levedura (muito bom por sinal). É talvez mais mais belga das Witbier que já tomei, pois fica um fundo de Ales Belga inconfundível. Outra coisa: quase não se percebe o aroma de qualquer fruta cítrica, normal nas receitas tradicionais. O aroma também é levemente mais lupulado do que eu esperava.

O sabor é muito equilibrado - é uma cerveja para tomar várias (se seu bolso permitir). Tem um fundo doce de banana e côco, com final levemente amargo do lúpulo belga. Só para quebrar o doce do trigo que geralmente é resultado da ação da levedura. O lúpulo acaba fazendo o papel que a laranja faria na receita tradicional, equilibrando tudo e trazendo um "aftertaste" moderno e convidativo.

A carbonetação é ok, sem exageros e sem deixar a cerveja "xôxa" e o nível alcóolico é médio (5,2%), o que não deixa nenhum sabor residual. Quanto ao custo benefício, paguei R$ 18,00 a long neck no site Have a Nice Beer.

No geral, é uma cerveja excelente para o verão brasileiro, acompanhando saladas com queijo parmesão ou gorgonzola ou simplesmente matando a sede!

Sabor: 3
Aspectos Gerais: 3
Custo-benefício: 3