Lembro que uma da vezes em que mais me surpreendi com uma cerveja foi no Pub irlandês Santa Brígida, em Gramado, quando eu tomei a Golden Ale deles. Era um Novembro frio, a música ambiente estava excelente (assim como a comida) e eu estava acompanhado do meu amor !
Pois bem, achei que a experiência de experimentar aquela cerveja, naquele ambiente, nunca se repetiria... e eu felizmente estava totalmente enganado! Em um Maio muito mais quente, sem a presença do meu amor (mas com ótima comida e excelente som - tava rolando um DVD do ZZ Top), experimentei a Tremendão do Paulo Ferro, um mestre cervejeiro aqui de Rio Claro, no Reino da Cerveja, bar de cervejas premium da sommelier Regiane Marchiori (sua mulher). Esse post é sobre essa experiência.
Quando cheguei ao Bar (para uma confraternização da empresa em que trabalho) fui recebido pela Regiane, que me disse que o Paulo (que já tinha me prometido levar umas cervejas dele) ia demorar um pouco para chegar. Após um tempo, chega o Paulo e abre uma Coffe IPA de sua autoria. Interessante receita seguindo a escola Britânica (minha preferida), mas que, com a adição do malte certo, ficou com um sabor de café, parecendo uma Stout. Eu achei a cerveja interessante - nunca tinha experimentado uma cerveja com essa combinação. Mas sinceramente, eu achei que ele podia mais... até ele me mostrar um "erro" que tinha cometido, misturando fermentos líquidos e em pó. E esse erro, caros leitores, é o motivo de eu me considerar tão sortudo por um raio poder cair duas vezes em um mesmo lugar !
A idéia da Tremendão era se basear na receita da Delirium Tremens, famosa cerveja belga que tem um elefante rosa no rótulo. Mas o que o "erro" causou ficou muito melhor do que eu poderia imaginar !
No copo, a cor é amarelo turvo, dourado. A espuma é de fácil formação, mas de pequena persistência. O aroma é uma das coisas mais impressionantes, levemente cítrico, com notas de queijo Caccio Cavalo, levemente doce. Sério... aroma com fundo de queijo!
O sabor é de uma cerveja belga, levemente doce, com abacaxi em compota. E é nessa hora que o aroma de queijo deixa de ser uma coisa estranha e passa a ser algo fantástico, pois a combinação lembra queijo com doce em compota (abacaxis e pêssego), com o final do gosto tem de amargor bem leve.
Apesar do alto nível alcoólico (mais de 11%), ele não é muito percebido. Para terminar com chave de ouro, outra surpresa... o retogosto tem um floral (o que é no mínimo impressionante, já que o que geralmente fica no aroma foi para o retrogosto).
Quanto ao custo benefício, ele não se aplica, pois eu ganhei de presente uma garrafa. Mas com certeza, ele seria bem alto, uma vez que a experiência é realmente espetacular.
Para fechar a noite, me deliciei com um New York Burger, presente no menu já algum tempo, e carro chefe da cozinha do Reino.
Se você for ao Reino, talvez não encontre o Paulo lá, e mesmo que encontre, talvez não ele não tenha mais dessa cerveja maravilhosa... Mas se um raio caiu duas, talvez caia três !
Sabor: 5
Aspectos Gerais: 5
Custo Benefício: N/A
domingo, 8 de junho de 2014
Abbage d'Aulne Blonde de Peres
Já falamos da Cervejaria Brasserie du Val de Sambre aqui em outro post. Nesse vamos falar de outra cerveja dessa antiga cervejaria belga.
Seguindo a mesma linha da Tiple, a Blonde deles também é bem equilibrada.
No copo, é amarelo ouro. A espuma é de fácil formação e densa. O aroma é de malte, com fundo levemente azedo, um pouco de álcool.
Como dissemos, o sabor é bem equilibrado, mas puxado para o doce. É bem pouco lupulada e pouco amarga. Uma receita belga clássica, com altíssimo drinkability.
Apesar de não ter um teor alcoólico muito grande (6%), ele pode ser sentido.
Ótimo exemplar de uma boa cerveja belga, porém não senti nada de especial. Quanto ao custo benefício, considero médio-baixo, um vez que paguei R$ 18 a longneck.
Sabor: 3
Aspectos Gerais: 3
Custo-Benefício: 2
Seguindo a mesma linha da Tiple, a Blonde deles também é bem equilibrada.
No copo, é amarelo ouro. A espuma é de fácil formação e densa. O aroma é de malte, com fundo levemente azedo, um pouco de álcool.
Como dissemos, o sabor é bem equilibrado, mas puxado para o doce. É bem pouco lupulada e pouco amarga. Uma receita belga clássica, com altíssimo drinkability.
Apesar de não ter um teor alcoólico muito grande (6%), ele pode ser sentido.
Ótimo exemplar de uma boa cerveja belga, porém não senti nada de especial. Quanto ao custo benefício, considero médio-baixo, um vez que paguei R$ 18 a longneck.
Sabor: 3
Aspectos Gerais: 3
Custo-Benefício: 2
Sobre a Brahma Comary e a Copa
Muito se falou nas últimas semanas sobre a Brahma feita com cevada
plantada na Granja Comary, sede de treinamento da Seleção Brasileira de Futebol para a
Copa do Mundo de 2014. Houve o tal jornalista dizendo que não viu nenhumacevada plantada lá; houve a notificação feroz da Anheuser-Busch InBev ao site
Brejas tentando se explicar, e houveram vários internautas tentando fazer
cálculos e estimativas para tentar avaliar se seria possível plantar toda
aquela cevada ali. Até o CONAR vai iniciar uma investigação...
O fato é que, sendo cevada plantada na Granja Comari ou não,
continua sendo a mesma Brahma, com seus eficientes 45% de milho, e sua alcunha de
cerveja do trabalhador. Mas há algo nessa edição que faz toda a diferença para
o Brasileiro: ela é cara! E brasileiro adora pagar caro nas coisas.
Pagamos caro nas cervejas-lixo que são produzidas aqui,
pagamos caro nos estádios da copa, pagamos caro em reforma de estradas, pagamos
caro em hospitais fantasmas, pagamos caro em escolas-presídios. Pagamos caro a
cada dois anos, quando em Outubro, tratamos nossa política como piada e usamos
a nossa única vantagem com total displicência.
Acredito que Brasileiro adora pagar caro nas coisas para poder continuar tendo a desculpa eterna de que o nosso sistema tributário
é o que nos "mata" (sendo que, sempre que possível, arruamos aquele recibo com um
médico "amigo" para deduzi-lo na declaração). Há uma necessidade inerente em todo
brasileiro em burlar as regras e fazer as coisas do jeito errado que me faz
achar que a nação brasileira não passa de um adolescente perdido e amedrontado,
frente às responsabilidades da vida adulta que o aguarda. Adolescentes são
cheios de ideias mirabolantes, planos faraónicos, inconformismos com as regras
e principalmente cheios de desculpas! E adoram pagar caro nas coisas!
Mais: nós temos em nossa história uma síndrome de patinho
feio – excluído e manipulado pelos grandes patos. Nossa colonização foi com o a
“rapa do tacho” da bacalhoada, nossa independência foi “forjada” pela Rainha,
nossa sistema de educação foi imposto pelos queijos e vinhos capitalista, nosso golpe
militar foi forçado pelo Tio Sam e nossa recente democracia, aquela dos “caras
pintadas”, foi articulada pela elite do Plim-Plim.
Nós pagamos caro como uma compensação de auto-estima
nacional, para nos mostrar que se temos todo esse capital, um dia quem sabe,
com muito esforço, seremos um grande pato. Porém, hoje, pagar caro é nossa única
decisão verdadeira!
Pagamos caros nas coisas porque somos
adolescentes frustrados, manipulados, inconformados, acomodados e iludidos. Por
isso que eu acredito que a Brahma com cevada da Granja Comary é a cerveja
perfeita para a Copa do Mundo da FIFA de 2014 – afinal de contas ela É como a
Copa... Uma ilusão cara, feita de mais do mesmo, que amanhã vai nos dar uma
imensa dor de cabeça!
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