domingo, 20 de maio de 2012

Baden Baden 1999 Bitter Ale


Bitter Ale é uma denominação inglesa para o tipo de cerveja mais conhecido como Pale Ale, portanto, é uma denominação exclusiva de lá.

Pale Ales tem a característica singular de levar maltes secos (defumados) com coque (tipo de combustível derivado do carvão betuminoso). Variam muito com relação ao sabor e possuem vários subtipos, como a Ordinary Bitter (com até 4,1 % de álcool e também conhecida como IPA); Regular Bitter (com teor alcoólico variando entre 4,1 % e 4,7%) e Strong Bitter (com teores alcoólicos acima de 4,8%).

Fora da Inglaterra (principalmente nos EUA), o termo Pale Ale é o mais utilizado, ficando reservado para as Bitter a denominação de cervejas com menor teor alcoólico e com menos sabor de lúpulo.

Utilizando a classificação inglesa (e não americana), a Baden Baden apresenta sua Bitter Ale, primeira cerveja produzida por eles, justamente no ano de 1999, quando a cervejaria foi aberta.

É uma cerveja deliciosa, principalmente para ser consumida no inverno. No copo, sua cor é cobre, bem avermelhada. Sua espuma é de fácil formação e longa permanência, mas pouco densa.

O aroma dá indícios de que é realmente uma cerveja especial, feita manualmente. Delicado, de fundo floral, misturando caramelos e vinho do porto. Vale apreciar bastante antes de beber.

O líquido é pouco denso, mas envolve a língua de maneira uniforme. O sabor também é delicado.  O fundo é doce, com notas de caramelos. Ao final, respeitando a denominação Bitter, é pouco amarga (se comparado com outras Ales). Tem um leve sabor de álcool (5,7%) residual.

É uma cerveja muito boa para apreciar com a namorada (geralmente mulheres gostam de bebidas mais doces) e ao mesmo tempo experimentar algo diferente das Pilsen. Por ser bem menos amarga que as Ale comuns e ter um fundo doce, deve agradar. E por ter um teor alcóolico levemente maior, é indicada para o nosso inverno. Tudo isso com as vantagens de uma cerveja artesanal: sabores e aromas surpreendentes.

Tome com calma e não tenha medo que ela esquente. Cervejas desse tipo (ale artesanais) foram feitas para serem tomadas à temperatura ambiente. Quando isso é feito, novos sabores são revelados (cerveja muito gelada amortece as papilas gustativas, dificultando a percepção dos sabores).

O custo benefício é bom também: no super mercado, o preço varia entre R$ 9 a R$ 11 a garrafa de 500 ml.

Sabor: 4

Aspecto Geral: 3

Custo Benefício: 4

Pilsner Urquell


O tipo de cerveja conhecida como Pilsen no Brazil, (ou Pilsner no resto do mundo, ou Pils na Alemanha) é a tipo mais vendido no mundo todo. Estima-se que 9 em cada 10 cervejas sejam desse tipo.

Existem três grandes tipos de Pilsner: as Tchecas tem sabor mais leve enquanto as Alemãs tem sabor mais amargo e as Holandesas sabor mais doce.

Sua origem data do ano de 1842, por uma receita do cervejeiro Josef Groll (conhecido com o pai da Pilsner), como resposta ao descontentamento dos cidadãos da cidade de Pilsen (na região da Bavária, na República Tcheca) com a qualidade da cerveja de alta fermentação (Ale) que estava disponível.

Groll então decidiu fazer a fermentação nas próprias garrafas, em uma caverna, para que ela acontecesse à baixa temperatura. Seguiu também a lei da Bavária (ou lei Alemã da Pureza – Reinheitsgebot, que originalmente obrigava a cerveja ter apenas água, malte de cevada e lúpulo) o que garantiu um líquido claro e com pouco grau alcoólico (totalmente o oposto das cevejas tipo Ale existentes até então).

Aqui vale uma ressalva em relação às cervejas Pilsen brasileiras (Skol, Bhrama, Antártica, etc.) Elas são totalmente diferentes da Pilsner original. Devido ao nosso clima e o padrão do nosso paladar, são adicionados arroz e cereais não maltados à constituição, o que retira quase que todo o amargor original, e deixa a cerveja mais leve ainda.

É sobre essa primeira cerveja criada por Groll que vamos falar hoje. A Pilsner Urquell (em tcheco, o nome é Prazdroj, e o significado é “fonte original”).

Comercializada pela SABMiller, é considera da primeira Pilsner do mundo, a mãe do gênero. Utiliza em sua formulação o famoso lúpulo Saaz que tem um aroma floral e picante e o  malte de cevada de Moravia dá um toque suave e delicado.

No copo, a cor é um amarelo dourado, pálido. O aroma é bem suave, de lúpulo, seco e puro. Tem fundo floral (mas bem pouco). A espuma é de difícil formação, bem pouco densa.  Na boca, o líquido é de média densidade (estava bem gelado, o que aumenta um pouco essa sensação). O sabor é de lúpulo, com amargor moderado para médio. Como era de se esperar não se sente o gosto do álcool.

No geral, é uma cerveja gostosa, sem frescura. Por isso não recomendo para quer tomar uma cerveja “diferente”; recomendo para quem quer tomar uma cerveja de qualidade.  Quem gosta de Heineken ou Stella Artois deve gostar dessa, lembrando que ela tende a ser menos doce. Não tem muita diferença das outras Pilsner tchecas que já foram assunto desse blog (1975 e Bernardo Celebration).

Por fim, considero um custo benefício baixo – a garrafa custa em média R$ 17 (existem cervejas mais baratas que me trouxeram mais diversão).

A foto ao lado é no Pub PHD, no Boulevard do Jardins, em Rio Claro, onde apreciei o rótulo.



Sabor : 3

Aspecto Geral: 3

Custo Benefício: 2