A primeira vez que experimentei a London Pride (carro chefe da cervejaria britânica Fuller´s) gostei muito, mas não achei algo super fantástico. Naquela época, o blog estava começando e eu também (nesse mundo cervejeiro), então... acho que não tinha ainda tanta maturidade para julgar muito bem o que estava bebendo.
O tempo foi passando, eu fui experimentando mais (e também tomando outras vezes a London Pride) até que hoje posso dizer que essa é a melhor cerveja do mundo em minha opinião. Principalmente se você tomar lá, em Londres... fresquinha, no barril, em um copo de Pint original!
A Fuller´s é hoje a cervejaria mais tradicional de Londres (e, acredito eu, com o maior número de Pubs ao longo da cidade). Fica na beira do Rio Tâmisa (Thames) e produz vários rótulos tradicionais (e em sua maioria Ale).
Nesse post vamos falar de um outro rótulo deles, que só é vendido em garradas - a Golden Pride.
Basicamente com a mesma receita base da London Pride, tem a promessa de ser mais forte e mais saborosa (no rótulo lê-se Supreme Strenght Ale). Vi até alguns sites classificarem ela como English Barely Wine, o que a faz um rótulo bom para ficar guardado na garrafa (seu sabor tende a melhorar com o tempo). O site da própria Fullers a chama de "Cognac das cervejas".
Em sua receita, são usado os lúpulos Northdown, Challenger e Target e o malte Cristal. Com essa composição, vem ganhando várias medalhas nos últimos anos.
No copo ela tem uma cor vermelho escuro e turvo, bem convidativo. No nariz, tem-se notas de laranja torrada e o abiscoitado leve no final (característico das cervejas inglesas). É realmente surpreendente, complexo, com várias camadas... mas mantem o equilíbrio educado de um lorde inglês. Fantástico!
Na boca, o líquido é licoroso e aveludado (parece acariciar a língua). O sabor é também equilibrado (mas muito marcante e presente). O doce fica na aresta entre o significativo e o enjoativo - a compota de laranja que minha avó fazia. O amargor é sentido mas não se sobrepõe (como se estivesse ali apenas para não deixar o malte ficar muito enjoativo).
No geral, é uma cerveja espetacular... forte sim (8,5% de alcool), licorosa mas não excessiva. O custo benefício é médio- alto. Na internet achei preços de R$25 a R$30 na garrada de 500 ml.
ALTAMENTE RECOMENDADA!!!
Sabor: 5
Aspectos Gerais: 5
Custo-Benefício: 4
domingo, 21 de junho de 2015
domingo, 14 de junho de 2015
Bath Golden Hare Ale
Bath é uma cidade do sudoeste cidade do sudoeste de Inglaterra, mais especificamente localizada no Condado de Sumerset, a 184 Km de Londres. É muito conhecida pelos seus banhos termais que provém de três nascentes. A lenda diz que a cidade foi criada devido aos romanos terem ali descoberto uma água com propriedades milagrosas (curativas), no qual o Império Romano construiu umas termas.
Ponte na entrada de Bath |
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Catedral em frente à casa de banho |
Na entrada de Bath há uma ponte que dá uma visão do que é a cidade. Durante à noite, a vista dessa ponte mostra uma cidade iluminada, aconchegante e com uma história bem antiga. Perto da li, há a tão famosa casa de banho romana, construída em frente a uma catedral com estilo medieval (quase gótico). Quando fomos visitar essa cidade era inverno, e a noite começava às 3:30 da "tarde". Acho que foi o dia que passei mais frio na minha vida. Logicamente que, depois do passeio, parei em um Pub de esquina, na praça da entrada de Bath, para tomar uma Ale local.
É de lá que o rótulo do nosso post se origina, mais especificamente de uma cervejaria com um nome simples: Bath Ales. Feita com malte Maris Oter e lúpulo Golding, é uma Ale leve, equilibrada. Tipicamente Inglesa.
No copo, tem uma cor amarelo ouro e a espuma é de difícil formação (como qualquer boa cerveja inglesa). No nariz, um aroma é leve de malte e pouco lupulado. O equilíbrio começa e aí e não para mais. Na boca, o sabor é forte de malte, mas com bom equilíbrio ótimo do lúpulo - bem abiscoitado. O malte é o típico e tradicional inglês.
Isso é que me deixou mais feliz - é uma típica Ale Britânica (sem frescuras, direto ao ponto e equilibradíssima). O after taste é doce, com balas toffe e caramelos. Quase sem sabor alcoólico (4,4%).
No geral, é uma cerveja fantástica para tomar de monte - mas sou suspeito para falar: Ales Inglesas são de longe minha preferência! A experiência é muito semelhante a chegar na cidade no inverno e encontrar um ambiente aconchegante, histórico e certamente muito interessante.
Quanto ao custo benefício, é difícil julgar - na Inglaterra eu paguei aproximadamente duas libras (cerca de R$10,00) por uma garrafa de 500 ml. Se olhássemos esse valor somente, o custo benefício seria 5.
Mas no site Boas Cervejas não consegui achar nenhum bar que vendesse no Brasil, mas posso imaginar que uma cerveja dessa não custaria menos que R$30. Ainda sim, o custo-benefício não seria dos piores.
Sabor: 4
Aspectos Gerais: 4
Custo Benefício: entre 4 e 5.
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Drones
Quando eu era criança, sempre
achei que um vilão era um personagem que gostasse de ver o sofrimento alheio.
Ele se fortificava e se deliciava com súplicas, lágrimas, lamúrias e desgraças.
Isso era sua força, seu objetivo, seu fim. E lógico, quanto mais perto da
angústia, melhor seria.
A presença de um vilão frente à
desgraça alheia também era importante para render às histórias possibilidades
de arrependimento, afinal o gosto pelo sofrimento era apenas uma maneira de
mostrar ao mundo o próprio inferno – todo vilão tinha um passado perturbado –
um pedido de socorro.
E assim, não raro tínhamos muito
mais afinidade com os vilões do que com os mocinhos... e os atores que
representavam os primeiros sempre foram muito mais interessantes, premiados e
ovacionados.
O novo álbum do Muse, Drones, nos
apresenta um novo tipo de vilão, a qual as histórias da infância nada falam. Moderno,
real, nada interessante, e globalmente muito mais perigoso: a destruição de
empatia e a desumanização do ser humano, teatralmente transformado em um Drone.
Ele surge das crianças
questionadoras e sonhadoras forçadas a tomarem Ritalina aos montes para se
calarem. Cresce com jovens que sofrem bullying por terem vontades diferentes da
média. Desabrocha na adolescência aonde a futilidade é o ritmo e a
promiscuidade é a melodia. Vira adulto buscando carreiras meteóricas em
empresas que não se importam com pessoas. Tornam-se pais cansados, vazios e
perdidos que acabam por entupir suas crianças de Ritalina.
A falta de empatia parece tornar
tudo mais simples e objetivo, pois a realidade alheia não precisa ser levada em
consideração. É habeas corpus para o egoísmo, justificava para o desdém, permissão
para a presunção e arrogância. Tão fácil quanto apertar um botão a milhares de
quilômetros de distância e tirar centenas de vidas (afinal, o que os olhos não
vêem, o coração não sente). Tão certo que não há qualquer necessidade ou
possibilidade de arrependimento.
O tema não é novo – Roger Waters
o explorou (mas de maneira muito mais intimista) no épico The Wall, mas se
torna cada vez mais recente. Estamos deixando o capitalismo tomar conta de
todas as nossas decisões, e nos tornando escravos hedonistas ocultos de marcas,
formas e estéticas. E nos enganamos todos os dias que estamos no controle. Que iDecidimos.
Que iQuero; iFaço; iPenso; iSonho; iSei.
Por isso, esse álbum é
obrigatório! Ele nos força a pensar o que estamos estamos fazendo da nossa vida
e o que isso tem causado na vida de outras pessoas. Somente quando enxergarmos
que nossas reclamações do dia-a-dia são tentativas errôneas de preencher um
vazio muito maior é que poderemos começar a perceber que não merecemos a
atenção que estamos clamando. O outro merece mais.
E assim como o personagem, que se
rebela contra seus algozes e encontra redenção no amor da sua família, nós um
dia iremos quebrar as correntes que nos aprisionam dentro de nós mesmos, e que
deturpam nossa memória sobre quem somos, de onde viemos e aonde estamos
destinados a ir.
Nesse final de semana, voltamos à nossa programação normal!
sexta-feira, 5 de junho de 2015
Olívia IPAlito
Quando vi a matéria de que o governo brasileiro aprovou um aumento de impostos sobre as cervejas importadas, fiquei chateado... mas nem tanto! O Brasil hoje tem várias micro-cervejarias que competem de igual para igual com a maioria das importadas - e as muitas vezes ganham pela criatividade!
Esse é o caso da cervejaria Suméria e seu rótulo Olivia IPAlito!
Cerjas IPA tem se tornado as mais comuns no mercado de micro-cervejarias brasileiras e tenho duas teorias para isso: a escola americana de cerveja é quase que 100% baseada nesse tipo (e nós adoramos os americanos) e a adição de lúpulo é um potente bactericida - IPA´s tem muito lúpulo, então duram muito mais do que o normal.
Bom, independente disso, é um tipo a ser respeitado - a adição extra de lúpulo confere aromas que nenhum outro tipo permite, causando um frescor inigualável. Nessa levada, a IPAlito tem diferencial de ser feita por Dry Hopping triplo, com os tipos Ella, Columbus e El Dorado, tem um IBU prometido de 59. No copo, tem cor ambar claro e espuma densa de fácil formação.
No nariz, o aroma é de malte, com fundo doce. Há um elemento reconfortante (após um dia cheio) e um pequeno floral, delicado mas bem fresco. O líquido é pouco denso, de mádia carbonetação.
O sabor é de castanhas, com amargor médio, sem álcool residual (5,4%). Tem alto drinkability e notavelmente segue a escola americana.
No geral, é uma IPA mais equilibrada do que o normal, que apesar do Triplo Hopping não tem excessos. O custo benefício não pode ser avaliado pois foi presenta da minha Linda!
Para saber em que bares encontrar essa cerveja, você pode acessar:
http://boascervejas.com.br/beers/olivia-ipalito
By the way, vou começar a usar esse site para indicar aonde comprar. O site é muito legal, fácil de usar e tem muitas cervejas catalogadas!
Sabor: 3
Aspectos Gerais: 3
Custo-Benefício: N/A
Esse é o caso da cervejaria Suméria e seu rótulo Olivia IPAlito!
Cerjas IPA tem se tornado as mais comuns no mercado de micro-cervejarias brasileiras e tenho duas teorias para isso: a escola americana de cerveja é quase que 100% baseada nesse tipo (e nós adoramos os americanos) e a adição de lúpulo é um potente bactericida - IPA´s tem muito lúpulo, então duram muito mais do que o normal.
Bom, independente disso, é um tipo a ser respeitado - a adição extra de lúpulo confere aromas que nenhum outro tipo permite, causando um frescor inigualável. Nessa levada, a IPAlito tem diferencial de ser feita por Dry Hopping triplo, com os tipos Ella, Columbus e El Dorado, tem um IBU prometido de 59. No copo, tem cor ambar claro e espuma densa de fácil formação.
No nariz, o aroma é de malte, com fundo doce. Há um elemento reconfortante (após um dia cheio) e um pequeno floral, delicado mas bem fresco. O líquido é pouco denso, de mádia carbonetação.
O sabor é de castanhas, com amargor médio, sem álcool residual (5,4%). Tem alto drinkability e notavelmente segue a escola americana.
No geral, é uma IPA mais equilibrada do que o normal, que apesar do Triplo Hopping não tem excessos. O custo benefício não pode ser avaliado pois foi presenta da minha Linda!
Para saber em que bares encontrar essa cerveja, você pode acessar:
http://boascervejas.com.br/beers/olivia-ipalito
By the way, vou começar a usar esse site para indicar aonde comprar. O site é muito legal, fácil de usar e tem muitas cervejas catalogadas!
Sabor: 3
Aspectos Gerais: 3
Custo-Benefício: N/A
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