O cervejaria Bodebrown realmente gosta de surpreender! Sua ação no mundo cervejeiro sempre tem muita criatividade (seja misturando receitas, seja usando ingredientes puramente brasileiros). Para marcar ainda mais essa atitude, eles criaram uma "Cerveja Manifesto":
1 - Essa cerveja é o resultado da nossa luta em quebrar o PARADIGMA;
2 - A coragem, a audácia e a rebelião são elementos essenciais da nossa revolução;
3 - Juntos, trabalhamos com ardor, alegria e liberalidade, para aumentar o entusiástico fervor de todos os também apaixonados pela nossa arte;
4 - Respeitamos o passado, mas não há motivos para olhar para trás se quisermos arrombar a barreira do antes impossível;
5 - Venham todos aqueles que desejam o progresso. Levantem seus copos, Cervejeiros do Mundo!
A cerveja-manifesto é uma Session, um tipo de cerveja que não tem mais que 5% de álcool geralmente balanceada (entre o malte e o lúpulo) e final "limpo". Em alguns sites, eu encontrei essa cerveja descrita como uma Dubbel... mas está longe disso!
No copo, espuma de fácil formação de baixa pertinência, pouco densa. A cor é âmbar escuro, puxado para o vermelho,
O aroma é de malte inglês, com notas abiscoitadas. Bem pouco lupulada, com um finalzinho doce. Bem suave. O sabor é suave também: uma mistura de Ales belgas (com aquele gosto residual da levedura), mas bem menos doce (não, definitivamente não é uma Dubbel). Na verdade, a cerveja é estupendamente equilibrada; com um retrogosto bem suave, e média carbonetação.
O dinkability é imenso... dá para ficar tomando várias sem enjoar. O sabor residual do álcool é inexistente, por ser uma cerveja bem fraca (3,8%).
No geral, ela é excelente para o verão, mas sem perder a personalidade. Tudo á ver com o manifesto... mas acho que não chega a quebrar paradigmas! Isso não quer dizer que a Bodebrown não deva ser considerada hoje uma das melhores cervejarias nacionais! Quanto ao custo benefício, considero "médio-baixo", pois paguei R$19 em uma long neck.
Sabor: 4
Aspectos Gerais: 3
Custo-Benefício: 3
OBS: foto retirada do site BeerIndex
domingo, 30 de novembro de 2014
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Brew Dog Hops Battle: Goldings x El Dorado x Dana x Waimea
Desde o estabelecimento da Escola Americana de se fazer cerveja, o lúpulo (um dos 4 "obrigatórios"* ingredientes da cerveja) tem se tornado um protagonista, e muito tem se testado nesse terreno.
Normalmente mais de um lúpulo é utilizado para se fazer uma cerveja. Geralmente um tipo é colocado para dar o "amargor" da cerveja, e outro é colocado para dar o aroma. E eles são dicionados em momentos diferentes da fabricação. Há também os tipos de cerveja Dry Hopping, em que uma quantidade de lúpulo é adicionado quando a cerveja já está pronta (para se ter mais aroma e um pouco mais de amargor).
Porém, o post de hoje é sobre uma técnica que tem começado a ficar mais famosa depois da Escola Americana: o Single Hopping (que como diz o nome, é o uso de apenas um lúpulo durante a fabricação de toda a cerveja). Apesar de alguns cervejeiros criticarem o método, ele tem mostrado alguns resultados interessantes, bem como ajudado a entender o que um lúpulo pode fazer "solo" para a cerveja.
Vamos comparar aqui 4 tipos de lúpulo que foram usados pela fantástica cervejaria britânica Brew Dog, com a mesma cerveja base. E é impressionante o quanto a mesma receita base muda só com a adição de lúpulos diferentes (mesmo sendo eles os únicos ao longo de todo o processo).
O tipo Golding é talvez o mais antigo dos quatro. Ele tem origem inglesa (em 1790) e é muito utilizado nos estados unidos. Tendem a ter um aroma doce e redondo; bem tradicional. Na receita da BrewDog, tem aroma realmente doce e caramelizado - bem inglês. Tem um fundo levemente amargo, e um estupendo dinkability.
O tipo El Dorado é bem recente, criado pelas fazendas CLS e lançado em 2010. Com bastante ácido alpha, tende a ter aromas de frutas tropicais. Na receita da BrewDog, e em comparação com os outros, foi o mais fraco, com floral cítrico. É levemente amargo e também com alto drinkability.
O tipo Dana tem origem na Eslovênia e tem aromas de lima, pinho e bastante floral. Na receita da BrewDog, também é suave, com fundo de lavanda. Foi o mais refrescante e o mais interessante (o aroma realmente é muito diferente). Só não foi meu preferido pois o fim da cerveja (after taste) ficou parecido com uma cerveja Pilsen.
O tipo Waimea tem origem Neo-Zelandesa e foi criado em 2012. É um lúpulo simples, com cheiro de malte e bem inglêss (apesar da origem).
Em minha opinião, o vencedor foi o Golding (mas talvez porque eu sou fã de cervejas britânicas tradicionais), mas a vitória foi acirrada,
*OBS: antes do lúpulo ser descoberto, uma mistura de ervas chamada Gruit era usada para dar aroma e amargor. Há hoje algumas cervejas que mantem a tradição, com a fantástica Maria Degolada.
Normalmente mais de um lúpulo é utilizado para se fazer uma cerveja. Geralmente um tipo é colocado para dar o "amargor" da cerveja, e outro é colocado para dar o aroma. E eles são dicionados em momentos diferentes da fabricação. Há também os tipos de cerveja Dry Hopping, em que uma quantidade de lúpulo é adicionado quando a cerveja já está pronta (para se ter mais aroma e um pouco mais de amargor).
Porém, o post de hoje é sobre uma técnica que tem começado a ficar mais famosa depois da Escola Americana: o Single Hopping (que como diz o nome, é o uso de apenas um lúpulo durante a fabricação de toda a cerveja). Apesar de alguns cervejeiros criticarem o método, ele tem mostrado alguns resultados interessantes, bem como ajudado a entender o que um lúpulo pode fazer "solo" para a cerveja.
Vamos comparar aqui 4 tipos de lúpulo que foram usados pela fantástica cervejaria britânica Brew Dog, com a mesma cerveja base. E é impressionante o quanto a mesma receita base muda só com a adição de lúpulos diferentes (mesmo sendo eles os únicos ao longo de todo o processo).
O tipo Golding é talvez o mais antigo dos quatro. Ele tem origem inglesa (em 1790) e é muito utilizado nos estados unidos. Tendem a ter um aroma doce e redondo; bem tradicional. Na receita da BrewDog, tem aroma realmente doce e caramelizado - bem inglês. Tem um fundo levemente amargo, e um estupendo dinkability.
O tipo El Dorado é bem recente, criado pelas fazendas CLS e lançado em 2010. Com bastante ácido alpha, tende a ter aromas de frutas tropicais. Na receita da BrewDog, e em comparação com os outros, foi o mais fraco, com floral cítrico. É levemente amargo e também com alto drinkability.
O tipo Dana tem origem na Eslovênia e tem aromas de lima, pinho e bastante floral. Na receita da BrewDog, também é suave, com fundo de lavanda. Foi o mais refrescante e o mais interessante (o aroma realmente é muito diferente). Só não foi meu preferido pois o fim da cerveja (after taste) ficou parecido com uma cerveja Pilsen.
O tipo Waimea tem origem Neo-Zelandesa e foi criado em 2012. É um lúpulo simples, com cheiro de malte e bem inglêss (apesar da origem).
Em minha opinião, o vencedor foi o Golding (mas talvez porque eu sou fã de cervejas britânicas tradicionais), mas a vitória foi acirrada,
*OBS: antes do lúpulo ser descoberto, uma mistura de ervas chamada Gruit era usada para dar aroma e amargor. Há hoje algumas cervejas que mantem a tradição, com a fantástica Maria Degolada.
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